Vídeo: homem é filmado em Águas Claras agredindo mulheres em piscina
Autora da gravação, enviada com exclusividade ao Metrópoles, disse que trio estava alcoolizado e discutiu antes dos ataques nesta quinta (7)
atualizado
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Uma moradora de Águas Claras registrou episódio de violência contra duas mulheres em uma piscina do residencial Atol das Rocas. O agressor, que seria primo de um morador do prédio, dá duas cotoveladas no rosto de uma delas e um soco na outra. O vídeo foi gravado da janela de um apartamento na noite desta quinta-feira (7/3), véspera da data em que é comemorado o Dia Mundial da Mulher.
Pelas imagens, é possível ver que as vítimas estão do lado de fora da piscina. Em certo momento, uma delas caminha até um vaso de plantas, enche a mão de terra e volta para jogar no homem.
Após tentativa de contê-la, o agressor acerta uma cotovelada na mulher, que seria a namorada dele. A amiga procura intervir na situação e também recebe um golpe.
Veja:
A moradora que gravou o vídeo – enviado com exclusividade ao Metrópoles – contou que, antes de começar a filmar, o trio já vinha se agredindo verbalmente e desrespeitando regras do condomínio.
O prédio proíbe bebida alcoólica na piscina, mas isso não os impediu de levar uma caixa de isopor recheada de latas e garrafas. “Eles estavam claramente alcoolizados, falando muito alto, ouvindo música alta e se xingando. A minha enteada os viu brigando e disse que o homem estava batendo nelas. Foi quando eu comecei a filmar”, disse a pessoa responsável pela filmagem, que pediu para não ter o nome divulgado.
Ela acionou a Polícia Militar, mas, instantes antes de os PMs chegarem, o porteiro pediu para que os envolvidos se retirassem, e os três voltaram para o apartamento do primo do agressor.
Segundo a moradora, após retornar ao telefone 190, foi informada pelos atendentes de que a vítima negou ter sido agredida, ao contrário do que mostra o registro feito por celular. Por essa razão, não foi registrada ocorrência em delegacia.
“Disseram que os policiais viriam e que era para eu passar o vídeo para eles, mas ninguém me procurou. A gente não pode aceitar ver isso como se fosse briga de casal”, desabafou a mulher.
Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia conseguido contato com o síndico do condomínio.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.