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Tatuador espanca mulher e a mantém refém por 11 dias no DF

Agressor usou uma barra de ferro para bater namorada, que estava amarrada desde a véspera do Réveillon em uma casa em Ceilândia

atualizado

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1 de 1 agressao-violencia-domestica - Foto: Reprodução

Um homem foi preso nessa sexta-feira (10/01/2020) após manter a namorada em cárcere privado por 11 dias, em Ceilândia. O tatuador José Messias Alves, 37 anos, é acusado de amarrar e agredir a vítima com uma barra de ferro diversas vezes. Ao ser resgatada, a mulher tinha manchas roxas por todo o corpo, marcas dos momentos de terror vividos na própria casa.

*Viviane (foto em destaque) e José se relacionavam havia dois meses. Aos investigadores da Polícia Civil, ela disse que o suspeito lhe amordaçava com pano enquanto a agredia e a ameaçava de morte. Toda a violência era filmada por José.

A polícia chegou até a casa da vítima, usada como cativeiro pelo suspeito, por meio de uma ex-namorada dele. *Cláudia relatou aos investigadores que, apesar do término, ela e José mantinham contato frequente. Disse também passou receber imagens de Viviane machucada. “Ele entrou em contato comigo e começou a me enviar vídeos das agressões. A casa estava cheia de sangue. José estava planejando matá-la ontem [10/01/2020] mesmo. Aí, pedi para ele esperar, que a gente poderia resolver. Foi quando eu acionei a polícia”, relatou Cláudia ao Metrópoles.

Início da violência

A vítima conheceu José no ano passado, no estúdio de tatuagem onde o agressor trabalhava. À época, ele namorava Cláudia, com quem estava junto havia seis meses. Após conhecer Viviane, porém, ele passou a enviar mensagens para ela, demonstrando interesse e dizendo que havia terminado o relacionamento.

Na época, os dois começaram a namorar. Viciado em drogas, José ficou internado por 10 dias em uma clínica de reabilitação e pediu para morar com ela, em novembro de 2019, quando terminasse o tratamento. Para ajudá-lo, Viviane aceitou.

Foi na véspera de Natal que o comportamento do homem mudou. A vítima tomava banho quando o companheiro reclamou da demora dela na chuveiro. Ao sair, foi surpreendida com diversos golpes, que começaram por volta das 18h e só cessaram na manhã do dia seguinte. Desde então, a mulher não teve paz.

Conforme Viviane contou aos policiais, José a ameaçava de morte constantemente enquanto usava uma barra de ferro para agredi-la. Para a vítima, ele dizia que se ela fizesse barulho, ele iria “arrancar a cabeça dela e jogar pela varanda”.

A vítima trabalha como balconista em uma padaria. No dia seguinte ao início das agressão, ela foi questionada por colegas sobre as marcas em seu corpo, mas mentiu. Disse que havia caído. Em 31 de dezembro, José a impediu de retornar ao emprego.

Desde então, Viviane foi mantida em cárcere privado. Diariamente era agredida, de várias formas. O suspeito chegou a usar uma faca para ameaçar a vítima de morte.

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Vítima ficou com diversas marcas pelo corpo
Contato com a ex

Enquanto cometia os atos bárbaros contra a balconista, José mantinha contato com Cláudia e enviava imagens de Viviane machucada. “Na semana passada, ele me mandou mensagem perguntando se estava tudo bem e eu disse que sim. Perguntei se ele estava também e ele falou: ‘Eu estou. Ela não’. E me mandou foto dela toda destruída”, lembrou Cláudia.

Desconfiado, o tatuador mudou o local da tortura: deixou a casa da namorada e a levou para a residência da irmã dele.

“Mas eu estava viajando, então não conseguia denunciar no DF. Nisso, fui mantendo contato com até que ele me falou que iria matá-la. Foi na data que cheguei. Eles estavam já voltando para a casa dela. Aí, chamei a polícia nesse momento”, narrou.

Com a chegada dos militares na casa de Viviane, José tentou persuadir a vítima, para que ela inventasse uma história e dissesse que as marcas teriam sido causadas por agressão ocorrida em uma suposta festa. “Mas ela não aguentava mais nada, estava acabada. Então, cheguei lá e contei a verdade. Os policiais entraram na casa e já o prenderam em flagrante”, relatou.

Segundo Cláudia, o tatuador era extremamente ciumento. “Ele chegou a dizer que ela estava traindo ele, que estava em site de relacionamento. Só que ela estava em um aplicativo para ouvir músicas. Aí parece que chegou uma mensagem e ele achava que era algum homem falando com ela”, revelou.

“Comigo, ele nunca tinha mostrado nada. Sempre foi normal. Fez isso com ela por ciúmes. Mas agora ela está protegida”, completou.

Após ser detido, José foi encaminhado para a 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro). Ele responde por um homicídio em regime aberto.

*Nomes fictícios para preservar a identidade das mulheres.

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