Soldado que matou Jéssyca Laynara é expulso da Polícia Militar do DF
Mesmo preso, Ronan Menezes estava recebendo o salário referente ao cargo que ocupava. O crime foi cometido em maio de 2018
atualizado
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O soldado Ronan Menezes, responsável pela morte da ex-namorada Jéssyca Laynara da Silva Souza, 25 anos, em Ceilândia, foi “licenciado a bem da disciplina” da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pelo comando-geral da corporação.
A PM negou o pedido de reconsideração feito pela defesa, em virtude da prática dos crimes de feminicídio e tentativa de homicídio praticados pelo soldado no dia 5 de maio de 2018.
Na prática, o licenciamento de Ronan significa a expulsão dos quadros da PM. Antes disso, mesmo preso, o policial estava recebendo o salário referente ao cargo que ocupava. Agora, a remuneração será cortada.
Em fevereiro, por exemplo, ele recebeu R$ 4.937,78 líquidos referente à remuneração de janeiro. A informação é a mais recente do Portal da Transparência.
Veja:
Descrito como “louco e ciumento” pela família de Jéssyka, o soldado não aceitava o fim do relacionamento. Os dois namoraram por cerca de seis anos e chegaram a ficar noivos. No dia do crime, Ronan esteve na casa da ex e, em determinado momento, empunhou a arma na presença de parentes, mas o primo dela, um policial militar de Goiás, segurou a pistola e disse para ele se acalmar.
Ronan retornou ao endereço e deu cinco tiros a queima roupa na ex. Depois, foi à academia da família do professor de educação física Pedro Henrique da Silva Torres, 29 anos, e deu três tiros no rapaz, pois desconfiava que ele e Jéssyca estavam se relacionando. Pedro Henrique sobreviveu após ser socorrido e passar por cirurgias.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.