Segundo feminicídio de 2021: filho viu mãe ser baleada dentro de casa no DF
Rapaz contou à polícia que o ex-marido atirou na mãe à queima-roupa e, com ela caída, ainda deu mais dois tiros
atualizado
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O filho de Marley de Barcelos Dias, 54 anos, morta a tiros pelo ex-companheiro na madrugada desta terça-feira (12/1), viu o momento em que a mãe foi atingida por três disparos de arma de fogo na casa da família, na Quadra 4, Conjunto B, no Condomínio Império dos Nobres, em Sobradinho. A tragédia ocorreu por volta das 3h. Ex-parceiro da vítima, o autor do feminicídio fugiu após o crime.
De acordo com o filho da mulher assassinada – um jovem de 23 anos, Geovane Geraldo Mendes da Cunha (foto principal), 44, pulou o muro da residência da família e, a partir daí, houve princípio de discussão. O rapaz ouviu o barulho e pegou uma moringa de vidro para se defender, momento em que o suspeito fez um disparo à queima-roupa contra a vítima. Marley caiu na cozinha da casa e, logo depois, o suspeito atirou mais duas vezes contra a ex-companheira.
Em seguida, Cunha fugiu no veículo de Marley Dias, um VW Jetta branco. A testemunha detalhou que o criminoso chegou ao local com o veículo da irmã.
A mulher, que sofreu perfuração de arma de fogo na região torácica, não apresentava sinais vitais quando os bombeiros chegaram à residência dela. Marley já havia registrado ocorrências de violência doméstica contra o homem. De acordo com o filho da vítima, as medidas protetivas estavam em vigor. Cunha trabalha na Companhia Energética de Brasília (CEB).
Violência
É o segundo caso de feminicídio no DF em quatro dias. Por volta das 21h de sexta-feira (8/1), no Conjunto D da QNN 3, em Ceilândia, Isabel Ferreira Alves, 37, também foi assassinada. Trata-se da primeira vítima de feminicídio este ano no DF.
“Eu fiquei em estado de choque, parada, sem saber o que fazer. Foi uma cena de horror.” O relato é de Celina Barbosa, 40. Na noite dessa sexta-feira (8/1), ela foi testemunha do crime bárbaro.
A vítima foi morta a facadas pelo companheiro. Celina, que mora nos fundos de onde ocorreu o crime, conta que começou a ouvir gritos. “Socorro, me ajuda, ele está me matando”, teria implorado Isabel.
Celina ressalta que já havia escutado o casal discutindo diversas vezes. Isabel teria dito a ela, inclusive, que pretendia se mudar em breve dali depois que o companheiro começou a ser agressivo com seus filhos.
“Saí correndo depois que ouvi os gritos, mas ela já tinha caído no chão. Saiu correndo pra pedir ajuda e acabou caindo, batendo a cabeça na porta do vizinho”, lamenta. “Nós presenciamos sem poder fazer nada.”
Marcos Soares Pereira, 36, foi preso por agentes da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher II (Deam II), no início da tarde de sábado (9/1). Nessa segunda-feira (11/1), a Justiça converteu em preventiva a prisão do feminicida.