Reconstrução de rosto de mulher espancada pode demorar seis meses
Elaine Caparroz passará por cirurgias para reconstrução dos ossos da face e cirurgias estéticas
atualizado
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O chefe de cirurgia do Hospital Casa de Portugal, Ricardo Cavalcanti Ribeiro, informou que a empresária Elaine Caparróz vai precisar passar por alguns procedimentos para a reconstrução do rosto. O processo será feito em duas etapas e deve demorar cerca de seis meses. Segundo ele, as primeiras intervenções terão o objetivo de restabelecer os ossos da face, uma vez que a empresária tem múltiplas fraturas. Somente após o tratamento das fraturas serão possíveis as correções estéticas.
De acordo com informações do jornal O Globo, Ribeiro declarou que em um primeiro momento, a principal preocupação era a de salvar a vida de Elaine. Ao dar entrada no hospital no último sábado (16/2), ela apresentava um quadro grave. Por isso, não foram realizadas intervenções no rosto naquele momento. A vítima já saiu da UTI e está em um quarto privado do hospital. Ela está estável e apresenta boa evolução clínica e laboratorial.
O cirurgião explicou que, em casos como o de Elaine, é preciso esperar que o corpo cicatrize antes de realizar qualquer procedimento. “Quando se tem ferimentos desse tipo, é preciso esperar o organismo cicatrizar as lesões, e os tecidos ficarem todos maturados. A gente vai avaliar isso daqui a alguns meses, para aí sim determinar o que precisará ser feito”, explicou.
Ribeiro também destacou que o caso da empresária é semelhante a um acidente de carro, quando a pessoa não usa cinto de segurança e tem o corpo projetado para a frente durante uma colisão, chocando o rosto contra o para-brisa. Os ferimentos da paisagista são iguais aos de alguém que sofreu esse impacto.
A agressão
Elaine foi hospitalizada após ser agredida dentro de casa por Vinícius Batista Serra, de 27 anos. Os dois se conheceram pelas redes sociais. Aquele era o primeiro encontro entre os dois, que já conversavam há oito meses. Elaine foi espancada por quatro horas e sofreu diversas fraturas no rosto, teve hematomas provocados pelos socos e chutes no tórax e precisou levar 40 pontos na boca. De acordo com o irmão, a empresária ficou irreconhecível.
Preso em flagrante ao tentar fugir do prédio, Vinícius justificou a agressão alegando que teve um surto psicótico durante a madrugada. A amigos, a paisagista contou que o rapaz havia sugerido a ela assistir a um filme de terror e depois confidenciou que um amigo tinha “desejo de matar uma pessoa”.
Investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) estiveram na casa da empresária e fizeram uma perícia. No pedido de prisão preventiva, o delegado afirma que Vinícius “é perigoso e é preciso que ele fique preso, pois, solto, poderá atentar novamente contra a vida da vítima ou atrapalhar as investigações”. Porteiros do condomínio onde a agressão aconteceu informaram que o autor do crime deu um nome falso ao entrar no prédio e se identificou como Felipe.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.