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Pesquisa aponta que 95% das brasileiras têm medo de ser estupradas

Participaram do estudo on-line 2 mil pessoas, com 16 anos de idade ou mais, entre 1º e 14 de setembro deste ano

atualizado

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Para a população brasileira, o estupro, ao lado da violência doméstica e do assédio sexual, está entre os principais problemas que as mulheres enfrentam no país. Em uma pesquisa realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva e divulgada na segunda-feira (9/11), 95% das mulheres disseram ter medo de ser vítimas de estupro, sendo que 78% afirmaram ter muito medo.

Os dados mostram também que para 88% das mulheres e homens entrevistados, toda cidade deveria ter um serviço de aborto previsto na legislação. Já 81% consideram que, em caso de gravidez pós-estupro, a vítima deve buscar um serviço de saúde para interromper a gestação.

A pesquisa Percepção destacou que 92% dos homens entrevistados têm medo de que sua filha, mãe, esposa ou namorada seja vítima de violência sexual. Enquanto isso, 52% dos entrevistados, o que equivale a 85,7 milhões de brasileiros, conhecem uma mulher ou menina que foi vítima de estupro; e 16% das mulheres dizem que já foram vítimas de abuso.

Das mulheres entrevistadas, 91% acham que contariam para alguém se fossem vítimas de estupro; dessas, 68% têm certeza. Vergonha, constrangimento e medo da exposição são os principais fatores apontados pelas mulheres que não contariam a ninguém em caso de estupro.

Aborto em caso de estupro

A pesquisa ressaltou que 82% dos entrevistados, entre homens e mulheres, concordam que o aborto deve ser permitido em caso de estupro. 88% são a favor de que vítimas de estupro que engravidem possam escolher se querem ou não interromper a gravidez de forma legal e segura em um hospital público.

Dos que conhecem uma vítima, 17% relataram que ela engravidou, sendo que em 42% desses casos a gestação foi interrompida e, em 44%, levada adiante. 94% são favoráveis que, em casos como o da menina de 10 anos que foi estuprada e engravidou, a gestação possa ser interrompida.

A diretoria de pesquisa do Instituto Locomotiva, Maíra Saruê Machado, disse que os resultados da pesquisa indicam que “o estupro é uma realidade próxima da população”.

“As consequências de um estupro na vida da vítima, sejam psicológicas, físicas ou uma gravidez indesejada, também são bastante reconhecidas. Mas a pesquisa mostra que o acolhimento do Estado às mulheres e meninas vítimas — seja nas delegacias ou no sistema de saúde — pode ser mais qualificado”, afirmou Maíra.

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