Mulher esfaqueada pelo ex quatro vezes reage e se recupera em hospital
Nazaré ficou entre a vida e a morte. Nesta quinta (24), Justiça manteve prisão do agressor após audiência de custódia
atualizado
Compartilhar notícia
Nazaré Alves do Santos, esfaqueada quatro vezes pelo ex-marido e internada em estado grave desde terça-feira (22/1) no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), apresentou melhoras significativas no seu quadro clínico. Os quatro golpes resultaram na perfuração do pulmão e na perda de um dedo. Após passar por procedimentos cirúrgicos, a vítima foi encaminhada para a enfermaria, onde se recupera dos ferimentos.
O agressor, Adélio Bento dos Santos, 50 anos, passou por audiência de custódia nesta quinta (24). A juíza do Tribunal do Júri de Samambaia decidiu mantê-lo preso. Na decisão, a magistrada ressaltou que o fato é gravíssimo.
“Além disso, há histórico de violência doméstica e familiar. Consta que o autor do fato possuía ciência das medidas protetivas de urgência que determinavam o seu afastamento do lar e proibição de aproximação e contato com a vítima. O fato, portanto, poderia ser evitado se o autor cumprisse a determinação judicial. As circunstâncias, aliadas ao histórico de violência já existente, indicam a necessidade da prisão preventiva do autuado para preservar a ordem pública”, justificou a juíza.
O crime
De acordo com o depoimento prestado pelo ex-marido, que se apresentou voluntariamente à polícia, o casal estava junto há nove anos, mas desde 2016 enfrentava problemas conjugais. Neste mês, eles se separaram, e a vítima conseguiu uma medida protetiva. No entanto, na terça (22), eles se reencontraram e discutiram. Adélio disse que ficou “cego de raiva” e, por isso, esfaqueou Nazaré várias vezes.
Conforme registrado na ocorrência, Adélio foi até a casa da ex-mulher em Samambaia. Os dois discutiram e, em seguida, o homem pegou uma faca de cozinha para tentar tirar a vida da vítima. Ela ainda correu para a casa de uma vizinha, mas foi alcançada e atingida por pelo menos quatro golpes nas costas, no braço e na mão.
Após agredir a ex-companheira, Adélio foi até a delegacia com a arma do crime e disse ao delegado: “Eu matei a minha mulher”.
Projeto
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.