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Mulher com rosto queimado por ácido jogado pelo ex-marido será operada

Segundo a família, o estado de saúde dela ainda inspira cuidados. Cirurgia deverá ser realizada nesta segunda para retirada de pele morta

atualizado

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Cacia
1 de 1 Cacia - Foto: Reprodução

Vítima de tentativa de feminicídio, Cácia Regina Pereira da Silva, de 47 anos, passará por cirurgia nesta segunda-feira (29/04/2019). Há quatro dias, ela teve o rosto queimado devido ao ácido jogado pelo ex-marido, Júlio César dos Santos Villa Nova, 55. Agora, um procedimento será realizado para retirada de pele morta da face.

A mulher está internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e o estado de saúde dela ainda inspira cuidados, afirmam familiares ouvidos pelo Metrópoles. Júlio tirou a própria vida após agredir a ex-esposa.

O casal tinha uma filha adolescente, de 13 anos, e estava separado há mais de uma década. De acordo com pessoas próximas a eles, Júlio César conseguiu a chave da casa de Cácia – localizada em Nova Colina, em Sobradinho – e fez uma cópia sem que ninguém soubesse, o que aponta para um crime premeditado, na avaliação dos investigadores.

As câmeras mostram o momento que ele chega ao local, desce do carro duas vezes (veja os vídeos abaixo). Na primeira, olha se tem alguém em casa. Na segunda, já com uma mochila nas costas, onde estaria o ácido, abre o portão da residência. Segundo o delegado plantonista da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), Wander Machado, o homem sabia que a filha não estaria no local, outra situação que reforça a tese de premeditação.

“Não falei que eu ia te matar?”, teria dito Júlio à vítima. “Se você não é minha, não vai ser de mais ninguém”. Em seguida, jogou ácido sulfúrico nos olhos de Cácia, momento em que ela começou a gritar por ajuda. Quando tentou atirar na ex com um revólver de calibre .32, os quatro disparos falharam, dando tempo para que ela fugisse até um bar, onde pediu socorro. 

 

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Júlio César dos Santos Villa Nova, 55

 

Vídeos do caso

Em vídeos divulgados pela Polícia Civil do Distrito Federal, o vigilante aparece se aproximando da casa da ex, em Nova Colina. Por volta das 20h, ele chega, olha por debaixo do portão e retorna ao carro.

Depois, volta para a casa às 20h21, com uma mochila nas costas, abre o portão e entra. Às 21h06, a vítima pode ser vista correndo para a rua, desesperada em busca de ajuda.

“É possível ver que, quando ele chega, fica no carro esperando criar coragem”, afirma o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.”No último vídeo, com zoom, aparece a mão dele empunhando a arma de fogo”, destacou.

Maldonado diz que a forma como o ácido e a arma foram adquiridos ainda está sendo investigada. Não há registros anteriores de ocorrências policiais contra o vigilante desempregado. No entanto, uma pessoa próxima da família contou ao Metrópoles que Cácia já vinha sendo ameaçada havia três anos.

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Cácia teve o rosto desfigurado após ex jogar ácido sulfúrico nela

“Ela dizia que achava que ele não tinha coragem de fazer”, destacou o familiar, que preferiu se manter no anonimato. Segundo essa mesma pessoa, os médicos informaram que não há mais nada a ser feito por Cácia. Acrescenta ainda que, quando a mulher chegou ao bar em busca de socorro, já apresentava fraturas expostas e perda de cabelo.

Villa Nova teria sido demitido recentemente do shopping onde trabalhava como vigilante e entrado em depressão. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado às 8h11 de sexta-feira (26/04/2019) para fazer a neutralização e a remoção de resíduos de ácido sulfúrico e objetos contaminados. Até agora, a Delegacia da Mulher (Deam) registrou 4.591 casos de violência doméstica no DF.

Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal estão sendo contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF.

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