Mulher agredida no RJ: “Quando berrava socorro, ele me dava mata-leão”
Espancada pelo namorado, a jornalista Ana Luiza Dias descreveu o terror que passou durante três dias em um apartamento de Copacabana
atualizado
Compartilhar notícia
Mantida em cárcere, espancada e torturada por três dias, em Copacabana, no Rio de Janeiro, Ana Luiza Dias, 37, contou ao Fantástico o terror que passou. A jornalista consegiu se livrar do seu algoz, Fred Henrique Lima Moreira, 30, após um descuido do homem, que está preso. “Quando eu berrava socorro, ele me dava um mata-leão e me apagava”, disse.
Ana escapou após notar a porta do apartamento destrancada. “Não queria virar estatística, não”, destacou. A vítima foi para a delegacia e, de lá, para um hospital, onde ficou internada. Correu risco de morrer. “Tinha hemorragia cerebral e tive que refazer todo o meu maxilar. Meu maxilar, hoje em dia, é de titânio”, contou.
Fred Henrique Lima Moreira tem um perfil violento. Ele já foi preso ao menos três vezes. Em sua ficha criminal constam três anotações de violência doméstica, tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça e desacato.
E não foi a primeira vez que torturou mulher. Em 2011, foi acusado de agredir a mãe de um de seus filhos. À polícia, a vítima contou que, após uma crise de ciúmes, Fred a xingou, socou seu rosto e corpo e, em um ato de extrema crueldade, teria esquentado uma panela vazia no fogo e colocodo na perna e costas dela. Ele alegou, na ocasião, que a mulher se queimou sozinha. Em 2017, foi condenado por tráfico e teve anotação também por roubo.
A primeira prisão foi em 2010, aos 18 anos. Ele foi detido em flagrante acusado de roubar uma moto em Copacabana. No mesmo ano, acabou condenado a se apresentar à Justiça, após acordo, por agredir os avós. A pena foi obtida a partir do perdão das vítimas.
Em 2020, assinou um Termo Circunstanciado se comprometendo a comparecer à Justiça por agredir com socos e golpes de telefone uma namorada. Ela disse que, durante as agressões, foi obrigada a fazer sexo oral em Fred, que teria filmado o ato. No mesmo ano, agrediu e privou de liberdade a mãe de seu outro filho. No cárcere, a mulher foi espancada, levou choques e vassouradas.
Solto, ele voltou a repetir a barbárie, desta vez contra a jornalista Ana Luiza. Veja o momento em que a vítima consegue fugir do prédio onde era mantida em cárcere:
Fred responderá por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele foi preso em casa, não ofereceu resistência e, com o homem, foram encontrados o cassetete, um simulacro de pistola e o soco inglês, utilizados durante as agressões.
Dias de terror
À polícia, a vítima disse ter mantido um relacionamento com Fred durante 8 meses, período em que ele já demonstrava um perfil violento. Ana Luiza contou que foi agredida na virada do ano de 2021 para 2022, mas não registrou um boletim de ocorrência.
Segundo Ana Luiza, ele dizia que tinha sofrido muito na infância e, por isso, tinha um comportamento agressivo. No dia 26 de abril, ela foi até a casa de Fred para um encontro comum do casal, até que o homem começou a ofendê-la com acusações de infidelidade e iniciado as agressões.
Ele começou com um cassetete, segundo a vítima. Ana foi golpeada nas pernas, costas e cabeça, até que desmaiasse. Quando retomou a consciência, tentou se alimentar, mas percebeu que seu maxilar estava quebrado, o que impedia a movimentação para fala e mastigação.
A vítima contou que passou a primeira noite em claro, devido aos golpes na cabeça. No dia seguinte, após acordar, tentou gritar para pedir ajuda, mas acabou recebendo um mata-leão de Fred até ficar sem respiração e desmaiar novamente. Ana Luiza só conseguiu se livrar do seu algoz no dia 29 de abril.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.