Mulher agredida no elevador diz que foi surpreendida com socos e tapas
Segundo a vítima, o marido disse que estava bravo porque chegou na residência da família e não a encontrou. Por isso, a teria agredido
atualizado
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Em depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Polícia Civil de Goiás, nessa quarta-feira (2/1), a mulher que foi agredida pelo marido dentro do elevador de um condomínio residencial afirmou que foi pega de surpresa e não soube dizer o que deu início às agressões. O crime ocorreu em Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal, em 29 de dezembro.
A vítima relatou apenas que estava na área comum do prédio e ia voltar para casa, mas quando entrou no elevador, passou a ser atingida com socos e tapas pelo marido. Segundo ela, o homem disse que estava bravo porque chegou na residência da família e não a encontrou. A delegada não repassou o nome do agressor a fim de não expor a mulher agredida.
À polícia, ela afirmou ainda que não tinha a intenção de registrar ocorrência e nem mesmo seguir com o processo. A vítima disse que essa foi a primeira vez que o marido a agrediu. Ela também se recusou a pedir medidas protetivas. O casal está junto há 13 anos.
“Vamos seguir ouvindo outras testemunhas e colher o depoimento do autor ainda nesta quinta-feira (3/1). Após os depoimentos, vamos indiciá-lo por violência doméstica no âmbito da Lei Maria da Penha”, explicou a delegada Isis Leal, da Deam.
Sobre o caso
As agressões ocorreram no sábado (29/12). Sem camisa, o homem arrasta a mulher para dentro do elevador e, com uma lata de cerveja nas mãos, desfere golpes contra ela. Além dos socos, ele chega a jogar a lata de bebida no rosto da vítima.
Na sequência, o material que reveste o interior do elevador cai em cima do acusado, mas nem assim ele deixa de esmurrar a mulher. O síndico do prédio disse que descobriu a agressão ao checar as imagens para apurar outro problema no condomínio. O homem afirmou que o casal se mudou há pouco tempo para o local e não foi mais visto após a divulgação do espancamento.
Caso recente
Há menos de um mês, em 14 de dezembro de 2018, um outro vídeo de violência contra mulher chocou o país. A advogada a Luciana Sinzimbra gravou imagens dos abusos que sofria sem que seu companheiro soubesse.
O piloto Victor Augusto Amaral Junqueira foi flagrado espancando a ex-namorada no apartamento dela, no Setor Marista, em Goiânia (GO). A vítima registrou ocorrência no dia seguinte e contou às autoridades policiais que namorava o autor das agressões havia três anos. Ela relatou, também, não ter sido a primeira vez que foi atacada.
No dia da filmagem, o casal retornava de uma confraternização do trabalho de Luciana. É possível ouvi-la dizer: “Você vai me matar desse jeito”. Em entrevista ao Metrópoles, na segunda-feira (31/12), a advogada contou que as agressões duraram pelo menos uma hora e meia.
Durante 2019, o Metrópoles se dedicará a escrever todas as trajetórias de vida das mulheres que vão sangrar enlaçadas em relacionamentos nocivos. O olhar feminino e sensível das profissionais envolvidas no projeto irão humanizar as estatísticas frias, incapazes de criar empatia. Só ela pode interromper a indiferença diante das agressões à mulher. Um contador em destaque na capa do portal marca diariamente esses casos a fim de lembrar que há um longo caminho para acabar com esse ciclo de violência.