Mais de 100 casos de feminicídio são registrados em 2019, diz estudo
Levantamento foi feito por professor doutor em Direito Internacional pela USP. Foram 68 casos consumados e 39 tentado
atualizado
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Um levantamento aponta que 107 casos de feminicídio foram registrados em 2019 no Brasil. O estudo foi feito pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela USP, com base no noticiário nacional, e divulgado pelo jornal O Globo, nesta segunda-feira (21/1).
Dados da pesquisa mostram que 68 casos foram consumados e 39 tentados. Há registros de ocorrências em pelo menos 94 cidades, em 21 estados. Segundo o jornal O Globo, mais da metade dos episódios (55%) ocorreram no fim de semana, entre sexta-feira e domingo.
Distrito Federal
No DF, foram registrados 519 casos de violência contra a mulher até o sábado (19/1). Em 2018, 27 mulheres morreram vítimas de feminicídio.
O governo federal cobra do GDF a reabertura da Casa da Mulher Brasileira após a conclusão de reformas.
A Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada em 2015, com a presença da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e do governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB). À época, foi a segunda unidade do país aberta para acolher a população feminina em situação de vulnerabilidade.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.