Mãe de jovem morta: “Falei para não se apaixonar por assassino”
Gabrielly Miranda levou um tiro do namorado, em Samambaia. Segundo a versão dele, o casal fazia um jogo de “roleta-russa”
atualizado
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A mulher morta na manhã desta terça-feira (14/01/2020), vítima de um suposto jogo de roleta-russa, se chamava Gabrielly Miranda (foto em destaque). Ela tinha 18 anos, havia acabado de completar o ensino médio e se relacionava com o suspeito desde os 15 anos. O crime ocorreu em Samambaia.
A mãe da vítima, Wildiani da Silva Souza Miranda, chegou ao local do crime bastante abalada. A mulher chorava muito, gritando não acreditar no que havia ocorrido com a filha. Ela mesma já teve um relacionamento com o autor do tiro, identificado como Leonardo Pereira.
“Falei para não se apaixonar por assassino. Ele tem que morrer, meu Deus!”, gritava, em desespero. “Não acredito que esse homem fez isso com a minha filha. A minha filha não, meu Deus! Ele acabou com a minha vida”, continuou.
Wildiani, ao chegar, mostrou uma foto da filha aos policiais para ter certeza de que ela era realmente a vítima. A mãe disse não acreditar na versão que Leonardo apresentou. E afirmou que o homem havia ameaçado ela e a filha de morte anteriomente.
“Um tiro na cabeça é acidente? Minha filha morreu, gente. Todo mundo tinha medo dele. A gente não fez um BO (boletim de ocorrência) porque quem faz BO para morrer? Ele chegou a me ameaçar e minha filha andava destruída”, contou Wildiani.
Versão
Na versão de Leonardo, o casal passou a madrugada bebendo e os dois resolveram fazer o jogo da roleta-russa. De acordo com o suspeito, a mulher realizou o primeiro acionamento do gatilho. Ela teria apontado para a própria perna, mas a arma não disparou.
Em seguida, ele apontou para cabeça da companheira e efetuou o disparo. A vítima morreu na hora. O revólver calibre .38 tinha três munições. A Polícia Militar (PMDF) prendeu o rapaz.
Leonardo e Gabrielly se relacionavam há cerca de três anos. Patricia Carvalho, 27, era amiga da vítima e afirma que o namorado batia na mulher constantemente, tanto em casa como na rua.
“Conheço ela (Gabrielly) e a mãe há mais de 15 anos. Ela era tranquila, não era de beber muito. Ela sofria demais na mão dele. O problema é que ela era apaixonada, mesmo ele sendo todo problemático. O meu sentimento é de raiva. Ele era um traficante que batia nela até na rua”, contou Patricia.
Leonardo Pereira tem passagem por violência doméstica, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, além de ter sido preso em flagrante. A Polícia Civil (PCDF) investiga o fato por meio da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).