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Justiça manda prender médico acusado de abusos sexuais em consultório

Trinta e três mulheres já denunciaram o cardiologista Augusto César Barretto Filho de ter abusado delas durante consultas

atualizado

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Violência contra mulher
1 de 1 Violência contra mulher - Foto: Divulgação

A Justiça determinou nesta quinta-feira (17/1) a prisão do médico Augusto César Barretto Filho, de 74 anos, acusado de abusar sexualmente de pacientes em seu consultório. O pedido partiu do Ministério Público e a decisão foi do juiz João Pedro Bressane de Paula Barbosa, da 2ª Vara Criminal de Presidente Prudente (SP), onde o acusado atuava na área de cardiologia.

O MP alegou que havia o risco de o médico voltar a agir, uma vez que continua com registro profissional ativo. Nesta quinta-feira, mais sete ex-pacientes do cardiologista foram à Delegacia de Defesa da Mulher e chegou a 33 o número de denúncias contra Barretto Filho. Outras 20 ligaram dizendo que também foram vítimas, mas que ainda estudam se irão à polícia.

A delegada Adriana Pavarina diz que isso acontece por se tratar de crime com conotação sexual. “É normal que algumas mulheres se sintam um pouco constrangidas a ir diretamente fazer a denúncia”, comentou. A polícia acreditava que os abusos tinham começado em 2008, mas há relato de uma vítima do cardiologista há mais de 20 anos.

Os relatos são parecidos e indicam que o acusado agia durante as consultas. “Na hora de medir a pressão arterial ou as batidas do coração, ele acariciava as partes íntimas das pacientes e até encostava seus órgãos genitais nelas”, explicou a delegada.

O médico chegou a ser denunciado em 2008, mas não foi condenado. Em julho do ano passado, voltou a agir e acabou denunciado de novo. A polícia, então, ouviu outras pacientes que confirmaram problemas no atendimento. Ele passou a responder por crime de violação sexual mediante fraude, que pode render até 6 anos de reclusão.

Augusto César Barretto Filho pediu no ano passado o cancelamento de seu registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Ele, porém, também é investigado pelo órgão, que indeferiu a solicitação por considerar que isso “tornaria nulas as consequentes medidas punitivas”. Na delegacia as novas reclamações são objeto de inquéritos que devem se juntar ao processo já encaminhado ao Fórum.

Outro lado
O cardiologista foi chamado à Delegacia de Defesa da Mulher no mês passado, negou as acusações e disse que falaria a respeito somente em juízo. O advogado de defesa, Emerson Longhi, diz que não se manifestará em respeito às partes e porque o caso tramita em segredo de Justiça.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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