Jovem sobre abusos do padrasto: “Tinha que tomar vômito como castigo”
Eva Luana viralizou nas redes sociais após denunciar em seu Instagram a violência física e psicológica que vivia diariamente dentro de casa
atualizado
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Eva Luana, de Camaçari, na Bahia, viralizou nas redes sociais após denunciar em seu Instagram, na terça-feira (19/2), seu padrasto por violência física e psicológica contra ela, a sua mãe e a irmã.
Ela diz ter sido obrigada pelo homem a comer o próprio vômito e sofria perseguição. “Ele desinstalava o meu WhatsApp e reinstalava para poder recuperar as minhas conversas apagadas. Eu não podia namorar ou sair com meus amigos. Todos os vínculos eram vigiados”, relata na rede social.
Eva Luana revela também que foi estuprada e abusada financeiramente. “Não tínhamos autoridade para comprar ou utilizar o dinheiro como queríamos. Tapas inesperados, gritaria e agressões eram constantes”, lamenta. Além disso, a jovem conta que sua mãe apanhou muito quando estava grávida e teve um parto prematuro, perdendo o filho seis dias após o nascimento.
Além disso, a baiana tentou se suicidar diversas vezes, pois não aguentava a pressão psicológica que o padrasto fazia em sua vida. No entanto, ela diz ter conhecido um “anjo” que lhe apresentou a Justiça e, desde então, “todos colaboram com uma cadeia de solidariedade e amor”.
Após uma série de agressões, Eva expõe que está sob proteção jurídica e o criminoso ainda não foi preso. “Estamos em segurança, mas ao mesmo tempo correndo riscos. Medo me define”, aponta.
A mobilização foi tamanha que deu inicio a hashtag “SomosTodosEva”, em apoio a situação passada pela menina e sua família.
Veja na íntegra as denúncias de Eva:
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.