Jovem estuprada e queimada viva será enterrada nesta sexta
O namorado da garota afirmou que, ao presenciar o estupro, acreditou que a moça o estava traindo
atualizado
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O corpo da estudante Isabela Miranda de Oliveira, de 19 anos, que foi estuprada pelo cunhado e queimada viva pelo namorado, será sepultado nesta sexta-feira (8/3) no Cemitério Orlando Mollo, na cidade de Caieiras, município de São Paulo. O crime aconteceu no domingo de Carnaval (3/3), durante um churrasco em Franco da Rocha, na grande São Paulo.
O autor do assassinato, William Felipe de Oliveira Alves, de 21 anos, espancou e ateou fogo na jovem por acreditar que estava sendo traído. Isabela teve mais de 80% do corpo queimado.
Ela e o cunhado chegaram a ser socorridos e foram levados ao Hospital Estadual Francisco Morato mas, após alguns dias de internação, Isabela não resistiu aos ferimentos e morreu por falência múltipla dos órgãos na quarta-feira (6/3).
Os crimes
Segundo testemunhas, Isabela passou mal após participar de um jogo com amigos onde os perdedores viravam doses de bebida. Como não tinha o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, Isabela passou mal e foi socorrida por amigas. Elas deram um banho na jovem e a colocaram para dormir em uma cama em um dos cômodos na parte superior da casa. Isabela estava usando apenas um biquíni e coberta por um lençol.
Enquanto a festa continuava, Leonardo, que é namorado da irmã de William, foi até o quarto abusar da jovem.
O namorado da estudante foi até o local e, quando entrou no cômodo, viu Leonardo nu abusando da jovem. Nervoso com o que acreditou ser uma traição, Willian espancou Isabela e Leonardo, sendo, inclusive, auxiliado pela irmã, namorada de Leonardo. Testemunhas dizem que a vítima permanecia inconsciente durante o abuso e o espancamento.
Um dos participantes do churrasco conseguiu resgatar Isabela das mãos de seu namorado e irmã e se trancou junto com a moça em um banheiro. Mas Willian começou a colocar fogo em pedaços de plástico e colocar por debaixo da porta. Para não morrer sufocada, a moça tentou sair correndo do cômodo, mas o namorado jogou sobre ela um colchão em chamas.
Willian foi preso em flagrante e em testemunho à polícia declarou que espancou a namorada por acreditar que ela o estava traindo. Depoimentos de testemunhas que estavam no churrasco confrontam a versão de Willian, dizendo que Isabela não conseguia sequer se manter de pé. O assassino teve a prisão temporária convertida em preventiva nessa quinta-feira (7/3).
Já Leonardo declarou que não se lembra de nada. Em depoimento à polícia, Leonardo disse que foi até o quarto pegar uma blusa e que não se recorda de nada, além de não saber explicar porque foi encontrado nu deitado sobre Isabela. Ele permanece em liberdade. (Com informações da Agência Brasil).
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.