Jovem espancada em boate no Lago: Pink Elephant cede imagens à PCDF
Vítima usou o Instagram para pedir que testemunhas denunciem os autores do linchamento
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) analisa as imagens de câmeras de segurança nos arredores da casa de shows Pink Elephant para identificar os autores do espancamento contra Mariana Amaral Zaranza, agredida nesse sábado (26/1) perto da boate, situada no Trecho 2 do Setor de Clubes Sul. Os vídeos foram entregues pela gerência do espaço nesta segunda (28) aos investigadores da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
Segundo o delegado responsável pelo caso, Ataliba Neto, as câmeras não registraram a briga. Pelo ângulo filmado, é possível ver apenas uma correria na porta do estabelecimento.
Por meio de nota, a Pink Elephant informou que Mariana e outra mulher se envolveram em uma confusão na saída do evento. De acordo com a casa, as duas estavam acompanhadas dos namorados e eles também tomarem parte no desentendimento. A forma como ocorreram as agressões, no entanto, não foi detalhada nem pela empresa nem pela polícia.
“A casa repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, seja ela física ou moral. Com isso, vale ressaltar que a empresa já está colaborando com a polícia. Importante lembrar que o fato lamentável não aconteceu dentro da Pink Elephant, e sim na parte externa”, manifestou a empresa.
Marina postou uma série de fotos no Instagram nas quais mostra os hematomas causados pela agressão. No primeiro post, a vítima diz ter sido “brutalmente espancada por um homem” na saída da Pink Elephant.
Na mesma mensagem, pede ajuda para “quem estava no local e viu o fato”. Em outra foto publicada, na qual aparece com o olho direito bastante inchado, Mariana relata estar no hospital aguardando posicionamento dos médicos quanto à necessidade de intervenção cirúrgica. “Esperando saber se vou precisar fazer cirurgia”, disse.
O Metrópoles tentou falar com Mariana, mas ela não havia respondido aos contatos até a última atualização deste texto.
Casa diz contribuir com a polícia
O gestor administrativo da Pink Elephant, Cristiano Batista, ressaltou que, apesar de o episódio ter ocorrido do lado de fora da casa, o estabelecimento acionou o corpo jurídico a fim de colher informações que possam contribuir com o trabalho da polícia.
“A Pink Elephant é uma grife, tem 18 casas no país e prima pelo cuidado com seu cliente”, disse.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras. (Colaborou Rebeca Borges)