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Jovem conta como escapou de maníaco no DF: “Bati nele com uma tampa”

Ela foi a terceira mulher que denunciou João Vassalo, acusado de assassinar Pedrolina Silva, 50 anos, na L4 Sul

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Divulgação/PCDF
joão marcos vassalo, pedrolina silva
1 de 1 joão marcos vassalo, pedrolina silva - Foto: Divulgação/PCDF

Preso preventivamente por assassinar a assistente social Pedrolina Silva, 50 anos, o desempregado João Marcos Vassalo da Silva Pereira (foto em destaque), 20 anos, também é investigado pela polícia por tentar estuprar três mulheres no Distrito Federal na terça-feira (03/09/2019), mesmo dia em que foi detido. Embora tenham escapado do agressor, as vítimas ainda sofrem ao lembrar do pânico que sentiram ao serem abordadas por ele.

Os ataques ocorreram entre as 12h e as 13h15. Uma delas, de 18 anos, conseguiu se livrar do maníaco porque bateu nele com a tampa de uma caixa térmica. “Fui batendo e ele foi se distanciando. Chegou a colocar a mão para trás, como se fosse pegar alguma coisa, mas não tinha nada. Na hora que ele estava saindo, pegou no meu peito e correu”, contou a vítima ao Metrópoles.

Segundo ela, a investida de João Vassalo a deixou em pânico e mudou seus hábitos. “Ainda estou em choque e não saio mais sozinha. Minha mãe me deixa na parada, desce e me busca. Fiquei muito assustada, nunca passei por isso”, desabafou.

A estudante andava pela calçada da QI 29 rumo a uma parada de ônibus quando avistou João Marcos subindo em sua direção. “Eu estava indo para a escola e o vi andando esquisito. Ele me abordou e ficou falando que era um estupro. Só conseguia responder: ‘moço, me solta”, narrou.

Pai e filho ajudam

Segundo a estudante, no momento do crime, dois homens passavam em um carro, viram a cena e retornaram para ajudá-la. “Eles viram pelo retrovisor e deduziram que eu seria assaltada, então, voltaram. Eram pai e filho. O rapaz desceu do carro e saiu correndo atrás dele [João Marcos] e o pai veio me socorrer”, descreveu.

Já em segurança, ela foi conduzida pelos dois a um posto da Polícia Militar. Instantes depois, João Marcos foi preso em flagrante.

Apesar de ainda relembrar diariamente dos momentos de terror, a estudante se sente aliviada por ter conseguido escapar. “Se eles não tivessem passado, poderia acontecer o pior comigo. Se eu não tivesse descido naquela hora, teria sido outra vítima e poderia não conseguir sobreviver”, considerou. “Foi depois disso que ele foi preso. Acho que foi Deus”, finalizou.

Salva por motorista de ônibus

No mesmo dia, um pouco antes de atacar a jovem de 18 anos, Vassalo investiu contra uma adolescente próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

“Ela disse que não quer mais tocar no assunto, nem aqui em casa. Estamos tentando seguir”, disse, abalada, a mãe da garota de 16 anos, que conseguiu se desvencilhar do homem.

Ao Metrópoles, a moradora de Samambaia relatou que a filha aguardava um coletivo quando foi assediada. “Estava muito deserto e ela usava fones de ouvido. Ela me disse que não sabe de onde ele veio, só viu quando a puxou pelos cabelos”, relatou a mulher de 42 anos.

Ao mesmo tempo que empregava violência física, Vassalo dizia que iria estuprá-la. “Ele falava palavras de baixo calão, pornográficas”. Logo em seguida, porém, a jovem viu que um ônibus estava a caminho, fez sinal de parada e conseguiu embarcar e escapar ilesa. O agressor ainda tentou entrar no veículo, mas foi expulso pelo motorista.

Segundo a mãe da estudante, a adolescente não conversa mais sobre o drama que viveu e quer apenas esquecer o que passou. “Agora é agradecer a Deus por ter nos dado esse livramento”, desabafa.

Enfermeira atacada

Minutos depois, na QL 26 do Lago Sul, Vassalo tentou abusar de mais uma mulher, que também aguardava transporte público. “Eu corri para pegar um ônibus com um homem que estava entrando, mas não consegui e fiquei lá. Foi então que vi esse rapaz de longe. Quando abaixei a cabeça para pegar o celular na bolsa, me espantei, pois ele já estava ao lado”, narrou a enfermeira de 32 anos.

Ao Metrópoles, a mulher contou que, inicialmente, pensou se tratar de um assalto. “Mas ele queria mesmo me encurralar na parada de ônibus, então, eu fui mais rápida que ele, pela graça de Deus”, relembrou.

“Teve um momento que peguei meu celular e ele perguntou as horas e respondi: ‘são as mesmas que estão naquele relógio da avenida’. Então, ele tentou pegar minha mochila e eu dei um empurrão nele. Gritei e ele saiu correndo. Foi quando consegui correr e peguei o primeiro ônibus que vi. Nem sabia para onde estava indo, só entrei”, completou a enfermeira.

Após ver notícias da morte de Pedrolina, a mulher reconheceu Vassalo e resolveu procurar a polícia. “Nunca parei para pensar que poderia acontecer comigo. Hoje em dia é difícil ser mulher no Brasil. Eu nem queria denunciar, mas com o relato de outras mulheres, resolvi procurar a delegacia.”

Desaparecimento e morte

Em depoimento, Vassalo disse ter matado Pedrolina por estrangulamento, mas os peritos constataram que a morte foi causada por esgorjamento – um corte de arma branca na parte da frente do pescoço.

Segundo a delegada Bruna Eiras, da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), o assassino confesso de Pedrolina já teria assediado a vítima por diversas vezes, mas ela sempre recusou qualquer aproximação. Chegou a dizer que tinha medo dele. Uma testemunha contou à PCDF que João Marcos já havia dito que “se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém”.

Veja imagens de Pedrolina e do assassino dela, João Vassalo:

6 imagens
Pedrolina se formou no ano passado em assistência social
João Marcos confessou ter matado Pedrolina
Revista pornográfica achada próximo ao corpo da vítima
Matheus, filho de Pedrolina, passou mal durante o enterro da mãe
Thais Silva, sobrinha de Pedrolina, chora durante enterro da assistente social
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Pedrolina foi assassinada em um matagal próximo à via L4 Sul

Reprodução/Arquivo pessoal
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Pedrolina se formou no ano passado em assistência social

Reprodução
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João Marcos confessou ter matado Pedrolina

Divulgação/PCDF
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Revista pornográfica achada próximo ao corpo da vítima

Reprodução
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Matheus, filho de Pedrolina, passou mal durante o enterro da mãe

André Borges/Especial para o Metrópoles
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Thais Silva, sobrinha de Pedrolina, chora durante enterro da assistente social

André Borges/Especial para o Metrópoles

 

 

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