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João de Deus: nova denúncia inclui homicídio e contrabando de urânio

As acusações que envolvem o cirurgião espiritual foram reveladas pelo Fantástico neste domingo (24/3)

atualizado

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Brasília(DF), 12 e 13/12/2018, João de Deus é acusado de assedio sexual. Local: Casa de Dom Inácio e Casa da Sopa, Abadiânia. Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
1 de 1 Brasília(DF), 12 e 13/12/2018, João de Deus é acusado de assedio sexual. Local: Casa de Dom Inácio e Casa da Sopa, Abadiânia. Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles - Foto: Filipe Cardoso/Metrópoles

Novas denúncias contra o médium João de Deus foram feitas, neste domingo (24/3), em reportagem do Fantástico. Acusado de estuprar centenas de mulheres na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), o líder religioso agora aparece como suspeito de homicídios e contrabando de urânio — material altamente radioativo.

Em entrevista ao programa, uma vítima contou que, quando tinha 17 anos, foi acompanhar sua tia doente na consulta com o acusado. Naquele dia, em 1973, João de Deus disse à então adolescente que a levaria de caminhonete para uma “limpeza espiritual”. O agressor, que tinha cerca de 30 anos à época, dirigiu a garota até um matagal próximo a uma ponte e a estuprou, conforme relato à atração da Rede Globo.

Virgem, a jovem começou a ter um sangramento muito intenso após os abusos. Ao ver o sangue, o médium teria dado uma pedrada e três tiros na vítima e, em seguida, a jogado da ponte. Quando voltou, João disse à tia da menina que a menina teria fugido para não se casar. A adolescente sobreviveu após ser resgatada por um pescador.

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João de Deus chegou a ficar preso em regime fechado entre dezembro de 2018 e março de 2020
João de Deus responde a centenas de acusações por abuso sexual
João de Deus voltou à Casa Dom Inácio de Loyola apenas uma vez após denúncias virem à tona
O médium está preso desde dezembro de 2018 e cumpre, atualmente, prisão domiciliar
Joãe de Deus e a esposa, Ana Keyla Teixeira
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Mais de 320 vítimas de João de Deus já procuraram o MPGO

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João de Deus chegou a ficar preso em regime fechado entre dezembro de 2018 e março de 2020

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João de Deus responde a centenas de acusações por abuso sexual

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João de Deus voltou à Casa Dom Inácio de Loyola apenas uma vez após denúncias virem à tona

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O médium está preso desde dezembro de 2018 e cumpre, atualmente, prisão domiciliar

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Joãe de Deus e a esposa, Ana Keyla Teixeira

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João de Deus é o fundador e criador da Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia

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Ele se entregou à polícia após passar horas foragido

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O médium é acusado de centenas de abusos sexuais

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Xuxa Meneghel também já visitou a Casa Dom Inácio de Loyola

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O médium de renome internacional viu seu prestígio ruir

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Retrato do médium João de Deus, em seu centro espiritual localizado em Abadiânia (GO)

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Em sua “casa”, também há lanchonete e uma loja de venda de artigos espirituais e livros. Além de farmácia que comercializa água considerada energizada e um medicamento manipulado que custa em média R$ 50

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Com movimento semanal de 5 mil pessoas, era comum a cidade estar cheia todos os dias

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A mulher contou ainda ter uma bala alojada na cabeça, fato confirmado pelo Fantástico com um exame de raio-X. Depois da tentativa de homicídio, a vítima nunca contou o ocorrido a ninguém. Não oficializou o compromisso com o noivo, com quem estava de casamento marcado, e se mudou para o Nordeste. O caso nunca foi investigado e já prescreveu.

Traição
A reportagem também contou a história de um taxista assassinado em 1980. Os bandidos fugiram com o veículo do homem. Após serem presos, os suspeitos disseram que o mandante era João de Deus. Eles teriam sido contratados porque a então esposa do médium teria um relacionamento extraconjugal com a vítima.

Depois de ser acusado, o cirurgião espiritual apresentou uma escritura assinada pelos pais do taxista, dizendo não acreditar no envolvimento do líder religioso no crime. João de Deus foi inocentado em 1982 por falta de provas, conforme informou o programa da Rede Globo.

Tráfico
A matéria do Fantástico também revelou um caso de tráfico de autunita, mineral com grande concentração de urânio e altamente radioativo, usado em bombas e usinas nucleares. Em 1985, na cidade de Campos Belos, Norte de Goiás, policiais prenderam João de Deus com uma tonelada do material.

O médium respondeu em liberdade e disse não saber do que se tratava quanto ao produto encontrado em seu veículo. O médium apresentou um documento provando ser responsável apenas pelo frete e foi absolvido.

O Fantástico também levantou suspeita sobre o envolvimento do líder espiritual com o tráfico de drogas. Em 1988, o maior traficante do Centro-Oeste disse, ao ser preso, que o líder espiritual tinha dois aviões bimotores. Segundo o criminoso, as aeronaves eram usadas para o transporte de cocaína. Além disso, ele confessou vender entorpecentes para João Curador, codinome que usava para João de Deus.

Morte de estrangeira
A denúncia também associou a morte de uma mulher alemã. Ela tinha levado o filho viciado em drogas para tratamento na Casa Dom Inácio de Loyola, em 2006. A vítima havia dito que João de Deus era um charlatão e o denunciaria.

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Movimento na Casa Dom Inácio de Loyola caiu aproximadamente 70%
Casa Dom Inácio fica sempre aberta, mas não há atendimentos espirituais aos sábados
Seguidores em Abadiânia vão ao encontro do médium João de Deus
A maioria das cirurgias feitas por João de Deus tem período de repouso recomendado de pelo menos 24 horas
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Cidade de Abadiânia, Goiás

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Movimento na Casa Dom Inácio de Loyola caiu aproximadamente 70%

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Casa Dom Inácio fica sempre aberta, mas não há atendimentos espirituais aos sábados

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Seguidores em Abadiânia vão ao encontro do médium João de Deus

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A maioria das cirurgias feitas por João de Deus tem período de repouso recomendado de pelo menos 24 horas

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João de Deus atende de quarta a sexta e não foi encontrado no centro espírita no dia seguinte após escândalo vir à tona

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Pouco depois, após um jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo de 2006, encontraram a mulher sem vida, com um tiro no queixo à queima roupa. No registro inicial da Polícia Militar, o caso foi abordado como morte natural, mas o Instituto Médico Legal (IML) revelou a verdade. O crime, entretanto, nunca havia sido associada ao líder espiritual. Depois de uma testemunha relatar a situação ao Fantástico, a denúncia será investigada novamente.

À reportagem, a defesa do médium se disse surpresa. Reclamou ainda de não conseguir acesso à íntegra dos depoimentos para embasar os argumentos para defender João de Deus.

Prisão em dezembro
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) decretou a prisão de João Teixeira de Faria no dia 14 de dezembro de 2018. Dois dias depois, após buscas policiais em mais de 20 endereços atribuídos ao médium, a defesa negociou a sua entrega. O médium foi levado para uma cela do núcleo de custódia em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital.

Além das denúncias trazidas pelo Fantástico e as centenas de acusações de estupros atribuídas a João de Deus, o cirurgião espiritual acumula uma longa ficha de transgressões. Em depoimento, ele admitiu a fabricação de medicamentos, o que contraria não só a legislação normativa estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como fere regras do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Na casa dele, foram encontradas duas armas sem registro, pedras preciosas e uma grande quantidade de dinheiro em espécie.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileira.

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