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João de Deus é interrogado na cadeia sobre acusações de crime sexual

Integrantes do Ministério Público de Goiás estiveram em prisão de Aparecida de Goiânia na tarde desta segunda-feira (14/1)

atualizado

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joão de deus
1 de 1 joão de deus - Foto: Reprodução

Membros da força-tarefa do Ministério Público de Goiás (MPGO) interrogaram, nesta segunda-feira (14/1), João Teixeira de Faria, o médium conhecido como João de Deus. O novo depoimento vai compor a segunda denúncia contra João Teixeira por crimes sexuais.

A oitiva, realizada pelos promotores Patrícia Otoni, Luciano Miranda Meireles e Augusto César Souza, ocorreu no período da tarde e durou cerca de três horas. Os promotores chegaram às 14h ao Complexo Prisional e o interrogatório teve início por volta das 15h30, após interlocução com a defesa e a disponibilização do réu. Essa foi a segunda vez que a força-tarefa interrogou João de Deus.

João Teixeira está preso preventivamente desde o dia 16 de dezembro de 2018, no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, sob suspeita de cometer crimes sexuais contra pessoas que procuravam tratamento espiritual. No dia 28 daquele mês, o Ministério Público protocolou a primeira denúncia contra o investigado, a qual foi recebida pelo Judiciário no dia 9 de janeiro deste ano, a partir de quando ele se tornou réu.

A força-tarefa foi criada pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, em 10 de dezembro de 2018, quando também foi lançado um canal específico para o caso: denuncias@mpgo.mp.br.

Desde então, a equipe trabalha de forma ininterrupta para atender as vítimas, colher depoimentos e proceder com as medidas judiciais cabíveis.

O caso
O médium é acusado de abusar sexualmente de centenas de mulheres durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Algumas das denúncias foram feitas por pessoas que moram em outras localidades do país e teriam sido abusadas em visita ao centro espiritual. Os depoimentos foram prestados nos estados de origem das vítimas e reunidos no procedimento que corre em Goiás.

Em depoimento anterior, em 26 de dezembro do ano passado, João de Deus alegou ter disfunção erétil. O problema, segundo ele, teria sido provocado após tratamento contra um câncer de estômago. Dois dias depois, no dia 28 daquele mês, a primeira denúncia, por violação sexual e estupro de vulnerável, foi apresentada e aceita pela Justiça. Caso o réu seja condenado, a pena pode chegar a 42 anos de reclusão. O MPGO pretende oferecer uma nova acusação até a próxima semana sobre crimes contra a dignidade sexual.

O líder espiritual e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira Lourenço, também foram indiciados por posse ilegal de armas no dia 10 de janeiro deste ano, pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). Além disso, João de Deus foi denunciado por violação sexual mediante fraude. Segundo a delegada Karla Fernandes, os indiciamentos encerraram os trabalhos da força-tarefa da polícia criada para investigar as acusações de abuso sexual contra ele.

Conforme a delegada Karla Fernandes, João de Deus teria dito em depoimento que as armas encontradas em seus endereços pertenciam a pessoas que recorreram a ele por estarem dispostas a tirar a própria vida. Outra arma seria de uma mulher que ameaçava matar o marido e a amante. Um dos revólveres teria sido trocado com um garimpeiro.

Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a João de Deus em Abadiânia e Anápolis (GO), foram encontradas cinco armas, uma delas com a numeração raspada. As pedras preciosas localizadas na residência do líder espiritual serão encaminhadas para avaliação da Polícia Federal. (Com informações do MPGO)

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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