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“Isso pode me matar”, disse jovem, ao ter arma apontada por namorado

De acordo com relato do próprio acusado na delegacia, essas foram as últimas palavras Joyce Oliveira Azevedo, vítima de feminicídio

atualizado

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1 de 1 Lucas-feminicidio - Foto: Reprodução

A 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga) procura elementos para esclarecer as circunstâncias do assassinato de Joyce Oliveira Azevedo, 21 anos. A jovem foi morta pelo namorado Lucas Lisboa Dutra (foto em destaque), 23, durante a noite de segunda-feira (22/07/2019). O acusado pelo crime, ocorrido na QSC 19 de Taguatinga, foi autuado em flagrante por feminicídio.

“Cuidado, amor, que isso pode me matar”, teria dito Joyce, ao ver que Lucas manuseava uma arma. De acordo com o depoimento do homem, ele e a vítima estavam reunidos com um grupo de pessoas na QSC 19 e mexiam em um revólver calibre .38. Ele teria pegado a pistola “por curiosidade”, quando efetuou o disparo. Afirmou ainda que não houve discussão antes do ocorrido nem a intenção de tirar a vida da namorada. “Foi satanás”, disse à Polícia Civil do Distrito Federal.

O acusado pelo crime é natural de Luziânia (Goiás) e residente de Águas Lindas, mas relatou que atualmente morava de favor na QSC 19. De acordo com um jovem, que se identificou como testemunha do crime, Lucas ficou atônico após ter efetuado o disparo. “Não sei dizer se foi sem querer ou não. Ela tomou só um tiro e sangrou pouco. Tentamos socorrê-la, mas Lucas ficou sem reação e não quis encostar nela”, relatou ao Metrópoles.

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Joyce é a 15ª vítima de feminicídio neste ano no DF
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Proximidade do local onde crime foi cometido

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Joyce é a 15ª vítima de feminicídio neste ano no DF

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ainda de acordo com conhecidos, ambos haviam começado a se relacionar recentemente. A vítima residia no Recanto das Emas. Conforme o delegado-chefe da 12ª DP (Taguatinga), Josué Ribeiro, agentes tomaram conhecimento do fato ainda na madrugada de terça (23/07/2019), após a mulher ter dado entrada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) em decorrência do ferimento provocado pelo disparo. “Quando chegamos, ela já estava morta. Não conseguimos saber a circunstância do crime”, explica o policial.

Apesar da dificuldade em obter informações, a PCDF prosseguiu com as diligências e chegou até Lucas. “Ele pagava Uber para que ela fosse do Recanto até sua casa, onde mora de favor. Apuramos o relacionamento era enrolado e estava piorando por causa de drogas.”

Prisão preventiva

A Justiça converteu em flagrante a prisão de Lucas Lisboa. Ele passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (25/07/2019). Na decisão, a juíza Lorena Alves OCampos diz que o fato é grave, e a prisão, necessária. “Acrescente-se, ainda, a certidão de passagens do indiciado, que possui ação penal em aberto por delito de roubo majorado praticado em Águas Lindas de Goiás, em março de 2018. Consta que o custodiado ficou nove meses preso preventivamente e, recentemente, foi liberado, estando há pouquíssimo tempo em liberdade”, acrescentou a magistrada.

 

Neste 2019, o Metrópoles iniciou projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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