Inquilino é condenado a 14 anos por matar dona de imóvel no DF
Tribunal do Júri o declarou culpado de feminicídio
atualizado
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O Tribunal do Júri de Ceilândia condenou Valdivino Ambrósio de Alcântara a 14 anos de prisão em regime fechado. Ele era inquilino de um imóvel em Ceilândia e matou a facadas a dona da casa, Maria Adeles Nunes Pereira, em 3 de abril de 2018. Segundo a denúncia, o homem “apresentava um sentimento de posse” em relação à mulher.
De acordo com o processo, no dia do crime, Valdivino desferiu diversos golpes de faca contra Maria Adeles após uma discussão entre eles. Depois, trancou o portão da residência com cadeado e fugiu, deixando a vítima agonizando no local. Segundo o Ministério Público, o réu era inquilino da vítima e residia no quarto dos fundos do lote.
Em sessão de julgamento realizada em 15 de março deste ano, o juiz-presidente do Júri fixou a pena de 14 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e feminicídio, devido a o crime ter sido cometido contra mulher, em razão da condição do sexo feminino, uma vez que envolve contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Valdivino respondeu ao processo preso e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.