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Homem que jogou ácido no rosto da ex: “Não falei que ia te matar?”

Câmeras de segurança gravaram o momento em que ex-vigilante chega à casa da vítima, em Sobradinho. Mulher está com rosto desfigurado

atualizado

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Reprodução/Vídeo
Vigilane entra nada casa
1 de 1 Vigilane entra nada casa - Foto: Reprodução/Vídeo

Câmeras de segurança registraram o momento em que o ex-vigilante Júlio César dos Santos Villa Nova, 55 anos, entra na casa da ex, em Sobradinho, na noite de quinta-feira (25/04/2019). Após jogar ácido nos olhos de Cácia Regina Pereira da Silva, 47, ele sacou um revólver, mas a arma falhou. Segundo parentes, a mulher está “irreconhecível”.

Nas imagens, Cácia sai correndo na rua, em busca de ajuda, após o ataque. A mulher está internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em estado gravíssimo, segundo os familiares ouvidos pelo Metrópoles. Júlio tirou a própria vida após agredir a ex-esposa e usou a mesma arma, que não falhou, quando ele apertou o gatilho no ouvido.

De acordo com pessoas próximas ao casal, Júlio César conseguiu a chave da casa de Cácia – localizada em Nova Colina, em Sobradinho – e fez uma cópia sem que ninguém soubesse, o que reforça a tese de crime premeditado. As câmeras mostram o momento que ele chega ao local, desce do carro duas vezes. Na primeira, olha se tem alguém em casa. Na segunda, já com uma mochila nas costas, onde estaria o ácido, o homem abre o portão da residência da ex.

O casal tinha um filha adolescente, de 13 anos, e estava separado há mais de uma década. Segundo o delegado plantonista da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), Wander Machado, Júlio sabia que a menina não estaria no local, outra situação que leva a polícia a crer que ele premeditou o crime.

“Não falei que eu ia te matar?”, teria dito Villa Nova à vítima. “Se você não é minha, não vai ser de mais ninguém”. Em seguida, jogou ácido sulfúrico nos olhos de Cácia, momento em que ela começou a gritar por ajuda. No entanto, quando tentou atirar na ex com um revólver de calibre .32, os quatro disparos falharam, dando tempo para que ela fugisse até um bar, onde pediu socorro. A vítima recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi encaminhada para o hospital.

 

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Júlio César dos Santos Villa Nova, 55

O crime

Em vídeos divulgados pela Polícia Civil, é possível ver o vigilante se aproximando do portão da casa da ex, em Nova Colina. Por volta das 20h, ele chega, olha por debaixo do portão e retorna para o carro.

Depois, volta para a casa às 20h21, com uma mochila nas costas, abre o portão e entra. Às 21h06, a vítima pode ser vista correndo para a rua, desesperada em busca de ajuda.

“É possível ver que, quando ele chega, fica no carro esperando criar coragem”, afirma o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.”No último vídeo, com zoom, aparece a mão dele empunhando a arma de fogo”, destacou.

Maldonado diz que a forma como o ácido e a arma foram adquiridos ainda está sendo investigada. Não há registros anteriores de ocorrências policiais contra o vigilante desempregado. No entanto, uma pessoa próxima da família contou ao Metrópoles que Cácia já vinha sendo ameaçada havia três anos.

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Cácia teve o rosto desfigurado após ex jogar ácido sulfúrico nela

“Ela dizia que achava que ele não tinha coragem de fazer”, destacou o familiar, que preferiu se manter no anonimato. Segundo essa mesma pessoa, os médicos informaram que não há mais nada a ser feito por Cácia. Acrescenta ainda que, quando a mulher chegou ao bar em busca de socorro, já apresentava fraturas expostas e perda de cabelo.

Villa Nova teria sido demitido recentemente do shopping onde trabalhava como vigilante e entrado em depressão. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado às 8h11 desta sexta-feira (26/04/2019) para fazer a neutralização e a remoção de resíduos de ácido sulfúrico e objetos contaminados. Até agora, a Delegacia da Mulher (Deam) registrou 4.591 casos de violência doméstica no DF.

Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal estão sendo contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF.

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