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Homem que atirou na cabeça da ex-mulher pretendia fugir e acampar

Agressor perseguiu a vítima e o irmão dela, fechou o carro deles e desceu atirando, na tarde de segunda-feira (4/2)

atualizado

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Romeu Nobre Santana
1 de 1 Romeu Nobre Santana - Foto: PMDF/Reprodução

O depoimento do fotógrafo Romeu Nobre Santana, 58 anos, preso em flagrante por tentar matar a ex-mulher, Elisângela Andrade de Oliveira Santana, 39, mostra como ele premeditou o ataque e pretendia se esconder das autoridades. Romeu foi preso pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) logo após acertar um tiro de chumbinho na cabeça da vítima. O crime ocorreu na DF-001, na tarde de segunda-feira (4/2).

Durante a tentativa de feminicídio nessa segunda, Romeu saiu de casa com material de acampamento. No carro que dirigia, a polícia encontrou, além da pistola de pressão, munição de chumbinho e carregadores, uma barraca de acampamento e um machado. O acusado portava, ainda, uma identidade falsa, um boné e uma peruca loira, objetos que seriam usados para se disfarçar.

“Ele estava preparado para sumir no mundo. Em depoimento, fez uma série de acusações contra a mulher, o que nos fez desconfiar que tenha algum tipo de transtorno psiquiátrico”, informou ao Metrópoles o delegado plantonista da 20ª Delegacia de Polícia (Gama), Jacsan Vasconcelos.

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A mulher foi ferida na cabeça e hospitalizada
Material apreendido com o suspeito pela PMDF: tinha até peruca
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A mulher foi ferida na cabeça e hospitalizada

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Material apreendido com o suspeito pela PMDF: tinha até peruca

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O homem tem histórico de violência contra a ex-mulher. Em outubro de 2018, ela conseguiu uma medida protetiva contra Romeu, após ele ter tentado matá-la com uma faca. Depois do episódio, Elisângela deixou a casa onde morava com o então marido, em Ceilândia, e se mudou para a residência do irmão, em Valparaíso de Goiás, com quem estava no momento do atentado – ele foi baleado no braço esquerdo.

“A arma que ele usou costuma ser considerada não letal, mas atira esferas de aço de 5 mm a uma velocidade muito grande. Ficamos impressionados com a gravidade do ferimento. Definitivamente, não parecia ter sido causado por uma arma de pressão”, conta o militar responsável pela prisão, subtenente da Polícia Militar Lindovaldo Nima.

Elisângela recebeu socorro do Corpo de Bombeiros no local do crime, em frente ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), na DF-001, sentido BR-040. Ela foi levada pelo helicóptero da corporação para o Instituto Hospital de Base (IHBDF). O irmão dela, que não teve o nome divulgado, seguiu para o Hospital Regional do Gama (HRG).

Romeu foi autuado pela polícia, pelos crimes de tentativa de feminicídio, lesão corporal e descumprimento de medida protetiva. Nesta terça (5/2), ele será encaminhado para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde aguardará pela audiência de custódia perante a Justiça.

De acordo com relato de Elisângela à Polícia Militar, ela e o agressor foram casados por 19 anos e têm dois filhos: uma de 17, outro de 12. Eles se separaram em 2018.

Veja imagens do suspeito preso:

Veja o momento em que o suspeito tenta fugir na contramão:

 

Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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