Homem é condenado por tentar matar mulher queimada no DF
Caso ocorreu em 2016, em Santa Maria. Agressor foi enquadrado por tentativa de feminicídio. Pena foi fixada em 12 anos de prisão
atualizado
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O Tribunal do Júri de Santa Maria condenou Gleydson Pereira de Lima a 12 anos de prisão, em regime fechado, por tentar matar a companheira queimada. O caso foi enquadrado como tentativa de feminicídio e Gleydson não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Segundo consta no processo, por volta das 5h45 de 3 de dezembro de 2016, Gleyson ateou fogo ao corpo da mulher. As lesões descritas no laudo de exame de corpo de delito atingiram cerca de 20% da superfície corporal da vítima.
A agressão ocorreu após discussão entre vítima e acusado: ele foi até a cozinha e retornou ao quarto da casa, jogou álcool no corpo dela e ateou fogo.
“O abjeto sentimento de propriedade que a conduta do réu denota descambou para o ímpeto de destruição da vítima, transformada em mero objeto”, afirmou o juiz Germano Oliveira Henrique de Holanda. O julgamento ocorreu na terça-feira (23/04/2019).
Segundo o magistrado, as consequências do crime são gravíssimas: “O laudo pericial atesta deformidade permanente, com cicatrizes extensas em parte considerável do corpo. A vítima é uma jovem que teve destruída sua autoestima, sua autoimagem e sua natural vaidade. Relatou que até hoje padece de depressão e passa por tratamento com medicação”. (Com informações do TJDFT)
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileira.