Homem conta como matou tia no DF: “Enfiei um rodo na garganta dela”
O assassino disse ter cometido o crime porque não gostava do primo e que a mulher “falava mal” dele
atualizado
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O homem que matou a tia no Paranoá com requintes de crueldade, na quinta-feira (08/08/2019), contou detalhes do crime macabro. Fábio do Vale (foto em destaque), de 38 anos, decidiu tirar a vida de Maria Almeida do Vale, 68, porque ela teria “falado mal” dele e para se vingar do primo, com quem havia se desentendido algumas vezes. Após o feminicídio, o suspeito fugiu para o Sertão de Pernambuco, mas foi identificado e preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e reconduzido ao Distrito Federal por uma equipe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).
Na unidade policial, sem demonstrar remorso, narrou como impôs sofrimento à vítima: “Quando entrei no quarto, ela se preparava para dormir, estava só de camisola. Então, usei um rodo para espancar seu rosto diversas vezes. Depois, enfiei o cabo de madeira na garganta dela para ela parar de gemer”.
O criminoso ainda pegou peças de roupa para vestir o cadáver. O objetivo seria camuflar os hematomas e estancar os sangramentos. Frio, ele ainda enrolou um pano no rosto de Maria Almeida e, depois, escondeu o tecido dentro de um capacete. “Ele passou um ano nutrindo ódio pela tia e o primo até consumar o feminicídio”, disse a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia.
A prisão
Vale foi preso pelos agentes da PRF na estação rodoviária de Ouricuri (PE), distante cerca de 620 quilômetros da capital do estado, Recife, na noite dessa sexta-feira (09/08/2019). Ele estava dentro de um ônibus interestadual no momento da abordagem.
Veja:
Feminicídio
Na noite desse sábado (10/08/2019), o crime foi reclassificado como feminicídio pela Polícia Civil do Distrito Federal. Conforme Jane Klébia, a mudança do status da ocorrência se deu em função do vínculo familiar – ela era tia de consideração – e da condição de fragilidade da vítima, uma idosa com dependência financeira.
Maria morava em Minas Gerais e estava em Brasília para visitar os familiares. Ela voltaria para a terra natal ainda no dia em que foi assassinada.
Momentos depois do crime, o sobrinho, suspeito pelo crime, embarcou em um ônibus com destino ao Piauí e depois pegou outro coletivo em direção a Pernambuco.
Veja imagens da prisão:
Com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da PRF do Piauí, os policiais conseguiram descobrir o itinerário da viagem e localizar o homem em Ouricuri. Ele informou que de lá seguiria para Caruaru, no Agreste de Pernambuco e, em seguida, para Alagoas. O suspeito foi detido e encaminhado para a delegacia de Polícia Civil da região.
Crime
A vítima passou quatro dias no DF. Ela dormia nos fundos da casa dos parentes, em uma espécie de barracão, quando foi atacada. O homem estava no quarto ao lado. A família estava na residência da frente, mas ninguém ouviu nada. Maria foi achada morta com capacete e uma camisa na cabeça, enrolada em cobertores. No tronco, uma calça de moletom do acusado.
O criminoso levou R$ 600 da própria mãe e R$ 200 da vítima. O homem seria dependente de cocaína, segundo a família. Ele usa drogas desde os 13 anos de idade, de acordo com informação dos parentes.
Uma moradora do condomínio disse que soube do crime por acaso. “Vim na casa de outra vizinha e vi os carros da polícia. Eu conheço os pais dele [do suspeito]. São bem tranquilos, educados”, frisou. “Triste demais”, disse outra.
Alcenir Ribeiro dos Santos, 54, é um dos parentes do acusado. Ele conta que todos estão abalados. “É um ajudando o outro, na medida do possível. Conheço o Fábio desde menino, o apelido dele era Pipoca. Ele sempre foi tranquilo, o mal que ele fazia era para ele mesmo. Desde adolescente, tem muito conflito com drogas. A gente demora a acreditar. O conheço desde garotinho, tentamos levar pra igreja… Uma pessoa em sã consciência não faria isso que ele fez”, ressaltou.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado para prestar socorro à vítima, mas quando a equipe chegou ao local Maria já estava sem os sinais vitais. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) por volta das 15h.