Feminicídios no Brasil crescem 1,9% no primeiro semestre de 2020
Desde 2016, o número aumenta anualmente. Dados foram divulgados nesse domingo (18/10) pelo FBSP
atualizado
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Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Brasil registrou, no primeiro semestre de 2020, 648 feminicídios. Os números evidenciam um aumento de 1,9% em comparação com o mesmo período de 2019. Entre janeiro e junho de 2019, 636 mulheres morreram vítimas do feminicídio.
Os dados foram divulgados na noite desse domingo (18/10) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e fazem parte do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Leia aqui a íntegra do texto.
São Paulo é a unidade federativa com o maior número de feminicídios. Neste primeiro semestre, 88 mulheres morreram no estado pelo simples fato de serem mulheres. Em seguida, estão Minas Gerais e Bahia.
No Distrito Federal, foram registrados oito feminicídios no primeiro semestre de 2020, queda de 42,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 14 mulheres morreram dessa forma.
Caso a alta registrada no primeiro semestre de 2020 permaneça durante a segunda metade do ano, o país seguirá tendência crescente registrada ao menos desde 2016, segundo o estudo divulgado.
Em 2019, 1.326 mulheres morreram nas garras de feminicidas. Esse número foi de 1.229 em 2018; 1.075, em 2017; e 929, em 2016. Ou seja, houve um incremento de 43% em apenas quatro anos.
Em 2019, 66,6% das vítimas de feminicídio no Brasil eram negras. O percentual revela uma maior vulnerabilidade dessas mulheres, uma vez que elas representavam 52,4% da população feminina.
A pesquisadora do FBSP Isabela Sobral, que assina o estudo, explica que a maior concentração de feminicídios entre as mulheres negras reforça a situação de extrema vulnerabilidade desse grupo.
“O racismo e suas consequências agravam o risco de lesão e morte entre as mulheres negras”, assinala a especialista, graduada em ciências sociais pela USP e mestranda em administração pública.