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Feminicídio: assassino de Renata tem prisão preventiva decretada

Edson dos Santos foi detido por espancar a companheira até a morte na noite de sexta-feira (01/11/2019), em São Sebastião

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O entregador de materiais de construção Edson dos Santos Justiniano Gomes, 43 anos, acusado de assassinar a companheira Renata Alves dos Santos (foto em destaque), 26, na noite de sexta-feira (01/11/2019), teve a prisão preventiva decretada nesta segunda (04/11/2019). Em audiência do Núcleo de Audiências de Custódia (NAC), a juíza de direito substituta Flávia Pinheiro Brandão Oliveira levou em consideração o histórico de casos de violência doméstica que o homem cometeu contra a vítima.

No entendimento da magistrada do Tribunal do Júri de São Sebastião, a detenção de Edson foi necessária “por conveniência da instrução processual, eis que ele teria ameaçado a mãe da vítima, ao dizer que, se ela informasse para a polícia que ele era o autor do feminicídio, iria matá-la”.

Histórico de violência

De acordo com a juíza, no dia 24 de setembro deste ano, Edson foi preso em flagrante pelo crime de violência doméstica. Na ocasião, não foram fixadas medidas protetivas, uma vez que Renata não as requereu.

Ao ser ouvida pela autoridade policial, ela ainda negou ter sido agredida pelo companheiro. Em depoimento, informou que as queimaduras em seu corpo foram produzidas em “um acidente”, quando manuseava recipiente com álcool e Edson acendeu um cigarro perto.

Além disso, Renata teria informado que estava com um olho roxo porque “bateu o rosto na geladeira” e que não queria que o companheiro fosse para trás das grades. Apesar disso, a vítima chegou a declarar que Edson era “ciumento e possessivo”.

Pelo feminicídio cometido, a magistrada encerrou a audiência decretando a prisão preventiva de Edson, “tendo em vista a penalidade cominada ao delito, bem como as circunstâncias concretas do fato delituoso”.

A barbárie

Segundo as investigações, após agredir a companheira, Edson teria levantado Renata, que já havia caído no chão, pelas orelhas e batido com a cabeça dela diversas vezes em uma mesa de mármore.

Ele foi detido em flagrante na residência onde vivia com esposa e a mãe dela, Judite Alves dos Santos, que presenciou o genro matar a sua filha. Ao ser levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), para prestar esclarecimentos, o homem, que estava embriagado, dormiu e não foi possível colher o depoimento dele.

A mãe da vítima relatou que o casal estava em um bar e, quando eles chegaram em casa começaram a discutir. Ela disse à polícia que Edson desferiu socos no rosto e na cabeça de Renata, além de enforcá-la.

Depois disso, a mulher caiu no chão e a mãe tentou reanimá-la. Jogou água e a filha não reagiu. Edson, então, ameaçou que se Judite o denunciasse, ele a mataria também. Pouco tempo depois, o agressor cochilou e Judite saiu em busca de socorro.

Um vizinho da família foi até a residência, viu Renata no chão e acionou o Corpo de Bombeiros. Ao chegarem ao imóvel, os militares encontraram a jovem sem vida. O agressor relatou à corporação que a esposa havia caído e batido com a cabeça na quina de uma mesa. Os militares constataram que ele apresentava sinais de embriaguez.

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Sílvio Alves dos Santos diz que brigas entre o casal eram frequentes
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Renata foi morta por espancamento

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Sílvio Alves dos Santos diz que brigas entre o casal eram frequentes

Andre Borges/Especial para o Metrópoles
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Casa onde Renata e Edson moravam

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Segundo relatos de testemunhas à PCDF, o casal morava há mais de um ano e meio no endereço. O relacionamento seria marcado por brigas e agressões. Havia contra Edson dois boletins de ocorrência registrados.

Em um dos casos, no início de 2019, o homem teria queimado as costas de Renata, mas ela negou ter sido ele. Já em setembro deste ano, Edson teria batido na mulher e ela pediu socorro a uma vizinha. Com hematomas e sangramentos, na delegacia, a vítima teria desistido de registrar ocorrência e saiu da unidade policial sem passar por exame de corpo de delito. Também não pediu medidas protetivas.

O delegado plantonista Mikhail Rocha e Menezes disse ao Metrópoles que Judite contou que os dois se relacionavam há quatro anos.

“Nessa ocasião, Renata relatou ser sustentada por Edson e que não iria denunciar. Isso é muito comum em depoimentos de mulheres que sofrem violência. As vítimas dizem isso e não querem representar contra o autor”, comentou o delegado.

Edson chegou a ser preso em flagrante e encaminhado para o Departamento de Controle e Custódia de Presos, no Complexo da Polícia Civil. Em 24 de setembro, passou por audiência de custódia e ficou em liberdade.

Renata era dona de casa e tinha dois filhos, de 7 e 4 anos, de outros relacionamentos. As crianças moravam com os pais. Do casamento com Edson, não teve filhos.

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