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Ex-diplomata que agrediu mulher vai para prisão domiciliar no DF

Condenado a dois anos e dois meses de prisão, Renato Viana agora vai cumprir pena no regime aberto

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Diplomata renato ávila viana
1 de 1 Diplomata renato ávila viana - Foto: Facebook/Reprodução

A Justiça concedeu prisão domiciliar ao ex-diplomata Renato de Ávila Viana. Em dezembro do ano passado, o ex-servidor do Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi condenado a dois anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por ter agredido a ex-namorada. Ele chegou a arrancar o dente da então companheira com uma cabeçada em 2016.

A decisão foi tomada em audiência judicial, realizada no dia 22 de março, às 14h. De acordo com a determinação, Viana deverá comparecer bimestralmente à Vara de Execuções das Penas em Regime Aberto (Vepera); evitar desentendimentos com familiares e estranhos; não portar armas; permanecer em casa nos domingos e feriados por período integral durante os primeiros dois meses, salvo autorização da Vara alterando o horário de recolhimento; e não pode se ausentar do DF, sem prévia autorização judicial.

Antes se ser condenado por lesão corporal leve, Renato Viana foi detido no dia 19 de setembro de 2018, após ser acusado de agredir outra mulher, que não é a vítima neste processo. A polícia chegou a arrombar a porta do apartamento funcional onde Viana morava, na Asa Norte, para intervir em briga após denúncias de vizinhos.

Autuado por dano ao patrimônio, desacato, lesão corporal e violência doméstica, Viana foi liberado horas depois de ser levado para a 5ª Delegacia de Polícia (área central). Ele pagou cerca de R$ 1 mil de fiança.

 

No mês de outubro do ano passado, ele acabou preso preventivamente pela Polícia Civil do Distrito Federal. O mandado, referente ao caso da ex-namorada que teve o dente quebrado, foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e assinado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Núcleo Bandeirante.

O ex-diplomata também foi demitido do Ministério das Relações Exteriores, onde ocupava cargo de primeiro-secretário. O desligamento é resultado de processo administrativo disciplinar (PAD) aberto após faltas, improbidade administrativa e denúncias da ex-companheira.

O DF contabilizou, até as 15h do dia 22 de março, 3.387 casos de violência contra a mulher no Distrito Federal. Somente neste ano, seis morreram vítimas de feminicídio. No dia 5 de janeiro, Vanilma Martins dos Santos, 30, foi morta com uma facada desferida pelo marido. Os dois viviam juntos no Gama e tinham um filho pequeno.

Pouco mais de 20 dias depois, Diva Maria Maia da Silva, 69, levou cinco tiros no apartamento da família, na Asa Norte. O assassino – Ranulfo do Carmo, 74 – também era companheiro da vítima. Em seguida, Veiguima Martins, 56, foi assassinada a facadas na Asa Norte pelo marido, que acabou sendo achado morto no apartamento do casal, que foi incendiado. Ainda em janeiro, Patrícia Alice de Souza, 23, foi atingida por um tiro nas costas. As investigações concluíram que foi feminicídio.

Cevilha Moreira dos Santos, 45, foi encontrada morta no dia 11 de março, em Sobradinho. A vítima tinha marcas de facada no peito. O namorado dela é o principal suspeito de matar a mulher que sequestrou um bebê no Conic e foi morta dois anos depois.

Em 19 de março, Maria dos Santos Gaudêncio, 52, foi morta pelo namorado, em casa. A filha encontrou o corpo da vítima em estado de putrefação, com cinco facadas e uma lesão na nuca, no Itapoã. Depois do crime, o acusado, Antônio Alves Pereira, 40, pediu demissão do emprego, pois disse que havia ganhado na loteria. A PCDF o achou no Maranhão.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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