Estuprador que abordava mulheres em paradas de ônibus no DF é preso
Segundo a PCDF, o agressor se aproximava das vítimas a pé, mostrava uma faca do tipo peixeira e as obrigava a acompanhá-lo até locais ermos
atualizado
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A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) prendeu um homem suspeito de estuprar pelo menos três mulheres em paradas de ônibus, sempre nas primeiras horas do dia. De acordo com a Polícia Civil, ele também roubava dinheiro e aparelhos celulares das vítimas. A PCDF acredita que outras pessoas foram vítimas de Ronan Gomes de Oliveira Araújo, e espera que elas compareçam à delegacia para reconhecê-lo, o que pode aumentar a pena do agressor sexual.
Segundo o delegado adjunto Alberto Rodrigues, o estuprador aproximava-se das vítimas a pé, mostrava uma faca do tipo peixeira e as obrigava a acompanhá-lo até locais ermos de visibilidade prejudicada (lotes baldios, com mato alto) com o intuito de violentá-las.
O delegado explicou ainda que, durante as investigações, foi constatado que os estupros não se tratavam de casos isolados. “Pelo contrário, foi possível identificar um padrão de abordagem criminosa que visava vítimas do sexo feminino. Ele não utiliza veículos de transporte e envolvia a vítima com uma espécie de chave de pescoço”, disse.
As investigações mostraram também que as características físicas do agressor, descritas pelas vítimas, eram similares. A PCDF informou que os três crimes foram praticados no período de 10 dias, em dezembro do ano passado.
“Acreditamos que outras mulheres possam ter sido vítimas de estupro praticado pelo este indivíduo.
Solicitamos a ampla divulgação da foto do suspeito para que elas possam reconhecê-lo e registrar boletim de ocorrência policial”, solicitou o delegado.
Segundo o último balanço da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP), o Distrito Federal registrou, em 2018, uma média de quase dois estupros por dia. Os dados mostram que foram 617 casos de janeiro a novembro, contra 685 no mesmo período de 2017. Somente em novembro, foram registrados 41 casos, a maioria, ou 28, de crianças e adolescentes.
As estatísticas de dezembro ainda não foram divulgadas.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.