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Em 11 meses, casos de feminicídio no Distrito Federal caem 56,6%

Novembro foi o quarto mês sem registro de feminicídios este ano, segundo balanço da segurança pública

atualizado

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Feminicidio Gabrielly Miranda
1 de 1 Feminicidio Gabrielly Miranda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Balanço feito pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aponta redução de 56,6% nos casos de feminicídio no acumulado deste ano. Segundo o levantamento atualizado no ultimo mês, não houve casos deste crime na capital federal em outubro e novembro. Em fevereiro e maio, também não houve registro.

As estatísticas divulgadas mensalmente pela pasta apontam para redução de outros crimes letais. De janeiro a novembro de 2020, houve queda de 7,6% no número de vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que agrupam homicídio (e feminicídio), latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

Novembro marcou o menor número de vítimas de homicídio dos últimos 21 anos para o mês. No acumulado dos 11 meses deste ano, também houve redução de 7,6% nas vítimas de CVLIs, o que representa 31 vidas preservadas.

Para o secretário de Segurança Pública, delegado Anderson Torres, a redução mostra que as estratégias de prevenção ao crime têm surtido efeito, e que o trabalho das forças de segurança e dos canais de denúncia disponíveis têm sido essenciais para redução dos casos.

“Desde o início do ano, intensificamos as ações para manter a redução dos índices de crimes contra a vida alcançados no ano passado. Os feminicídios passaram a ser prioridade e, mesmo com o cenário de pandemia, conseguimos ampliar os canais de denúncia e o atendimento a essas vítimas. Inauguramos uma delegacia da mulher, abrimos a possibilidade de registros on-line e aumentamos as visitas do programa de Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid), da Polícia Militar”, detalhou.

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PCDF no local de feminicídio
Feminicídio no DF
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Crime contra a mulher

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Feminicídio no DF

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Órfã do feminicídio

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O registro de crimes de violência doméstica passou a ser permitido por meio da Delegacia Eletrônica durante a pandemia. “Na maioria dos feminicídios analisados pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídio e Feminicídio (CTMHF), da SSP, as mulheres nunca haviam registrado ocorrência por violência doméstica, mas, durante a investigação, testemunhas relataram que elas tinham sido vítimas da prática criminosa. A denúncia desses crimes podem evitar a escalada da violência, ou seja, evitar que a violência evolua para um feminicídio”, argumenta Torres.

“O modelo de registro on-line é, além de tudo, uma forma de estimular a denúncia, pois é um formato que encoraja as mulheres que, por qualquer razão, não se sentem à vontade para realizar o registro em uma delegacia”, completou o secretário.

Homicídios

O número de vítimas de homicídios apresentou redução de 8,7% – de 378 para 345 casos no acumulado do ano. Em novembro, a redução chegou a 14,3%, em comparação com o mesmo período em 2019 – o menor índice registrado em 21 anos para este mês.

“Os homicídios estão em decréscimo, e iniciamos uma série de ações para que as reduções continuem e ocorram de forma equilibrada entre todas as regiões do Distrito Federal, como é o caso da Operação Quinto Mandamento e o projeto itinerante Cidade da Segurança Pública, lançado no fim do último mês, em Planaltina”, ressaltou Torres.

O Cidade da Segurança Pública percorrerá regiões administrativas selecionadas pela SSP, por critérios diversos. Além de reforçar o policiamento e de melhorar os índices criminais nas regiões, a proposta é a aproximação entre a população e os profissionais de segurança pública que atuam na linha de frente.

“O contato mais próximo com a realidade de cada região é essencial para a elaboração e o ajuste de políticas de segurança, tornando a aplicação cada vez mais individualizada”, explicou o secretário-executivo de Segurança Pública, delegado Júlio Danilo.

Na última semana, a operação Quinto Mandamento completou quatro meses no DF. Nesse período, foram realizadas mais de 6 mil abordagens pessoais, além da fiscalização de quase 2 mil veículos. A ação contou com mais de 2,6 mil agentes de segurança em ação e 920 veículos utilizadas. “Esses são alguns dos números alcançados durante a operação. Nessas abordagens, tanto pessoais quanto veiculares, é feita a verificação de documentos, como carteira de habilitação e registro do veículo, e é possível retirar das ruas armas de fogo, o que reflete diretamente na redução de homicídios”, ressaltou Danilo.

As investigações de crimes contra a vida são priorizadas pela Polícia Civil do DF (PCDF). Além disso, a rapidez no recolhimento de provas e aperfeiçoamento constante de técnicas e procedimentos contribuem para a conclusão de inquéritos e, desta forma, a confirmação da autoria dos crimes.

“O imediatismo no recolhimento de provas e a dedicação dos setores refletem a redução de homicídios. A atual gestão da instituição prioriza a resolução desses crimes, não deixando de lado os demais, com investimento em tecnologia e suporte para o trabalho policial”, explica o titular da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), delegado Laércio Rosseto.

Crimes contra o patrimônio

A pasta acompanha prioritariamente seis Crimes Contra o Patrimônio (CCPs) – roubos a pedestre, de veículos, em transporte coletivo, a comércio e a residência e furto em veículo. No total, os delitos tiveram redução de 45% em novembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a redução foi de 32,9%, ou seja, quase 14 mil roubos e furtos deixaram de ocorrer no período.

A maior queda apresentada em novembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019, refere-se ao roubo em transporte coletivo, que chegou à redução de 61%. Na sequência, aparece o furto de veículo (-51%), o roubo a comércio (-50%), o roubo a pedestre (-42%) e o roubo de veículo (-41,1%). Foram registrados, ainda, 21 roubos a residência no período, enquanto que, no ano passado, ocorreram 52 em todo o DF.

No acumulado dos 11 meses deste ano, a maior redução foi de roubos em transporte coletivo (-39,8%), seguido dos roubos de veículos (-36,1%), de comércio (-34,5 %), a pedestre (-33%) e a residência (-24,5%). O furto em veículo apresentou redução de 30,4%.

Para que as reduções continuem em dezembro, quando há aumento do número de pessoas circulando em centros comerciais, por causa das festas de fim de ano, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) reforçou o policiamento, principalmente nesses locais. Nos próximos dias, a corporação deve anunciar a Operação Policiamento e Intensificação de Natal (PIN), que ocorre, anualmente, com reforço no patrulhamento, a fim de coibir a prática de crimes contra o patrimônio.

“Com a aproximação das festividades de fim de ano, o aquecimento das vendas no comércio por causa das festividades natalinas, aliado ao pagamento do 13° salário dos trabalhadores, fica evidenciado um aumento considerável no número de pessoas nos centros comerciais, o que altera a rotina dos estabelecimentos. Desta forma, a Polícia Militar atuará de maneira ostensiva e preventivamente”, adiantou o capitão Anderson Pinheiro, da subchefia do Departamento de Operações (DOP), da PMDF.

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