DF: sargento da Aeronáutica que matou esposa e amigo vai a júri popular
Testemunha chegou a gravar os assassinatos por meio de um celular. Militar desconfiava que a mulher mantinha caso extraconjugal
atualizado
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O Tribunal do Júri de Brasília acolheu pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios para julgar, pelo júri popular, o ex-sargento reformado da Aeronáutica Juenil Bonfim de Queiroz, acusado de matar a mulher, Naíde de Oliveira Queiroz, e o ex-vizinho Francisco de Assis Pereira da Silva. O crime ocorreu em junho de 2019, no Cruzeiro Novo.
O ex-militar será julgado por homicídio qualificado por motivo torpe, sob o uso de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa das vítimas. Juenil responderá ainda pelo feminicídio no contexto de violência doméstica e familiar, uma vez que era casado com uma das vítimas.
Por meio da sentença de pronúncia, o juiz confirmou a competência do Tribunal do Júri para processar e julgar a ação penal, entendendo que o réu deve ser submetido a julgamento popular. A decisão de pronúncia baseia-se em prova de materialidade e indícios de autoria do crime.
No caso, o juiz concluiu que há indícios suficientes da autoria dos delitos atribuídos ao réu. “Verifica-se dos depoimentos, em cotejo com a prova pericial colhida e o auto de apreensão da arma de fogo, a possibilidade do acusado ser o autor dos disparos de arma de fogo”, disse o magistrado . O réu vai aguardar o julgamento preso.
Veja fotos do caso:
Relembre o crime
Em 12 de junho do ano passado, Francisco da Silva e seu companheiro foram ao prédio onde residiram por um tempo no Cruzeiro para visitar uma amiga em comum. Eles foram chamados por Juenil, síndico do edifício, para que entrassem em seu apartamento.
No local, o denunciado atirou contra a esposa e Francisco, com quem acreditava que Naíde mantinha um caso. O companheiro de Francisco não foi atingido. Após os disparos, o militar da reserva da Aeronáutica permaneceu no local, onde foi detido. Na delegacia, ele confessou ter matado os dois.
O duplo homicídio foi gravado pela única testemunha ocular dos crimes. Marcelo Soares Brito, 40 anos, deixou o celular filmando os momentos que antecederam os tiros disparados pelo sargento. Companheiro de Francisco, ele presenciou toda a cena e só conseguiu escapar ileso porque correu do assassino. (Com informações do TJDFT)
Veja vídeos:
Veja o momento dos tiros: