DF: marido espanca mulher e depois vai dormir tranquilamente
Acuada, vítima foi encontrada dentro do banheiro por policiais militares, em Planaltina, na madrugada desta sexta (29/3)
atualizado
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Uma mulher viveu momentos de terror na mão do marido, em Planaltina. Com medo, após ser espancada, ela se trancou no banheiro de casa, no Condomínio Nova Esperança, em Mestre D’Armas. Depois de atacar a companheira, o agressor dormiu tranquilamente na residência.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 5h30 desta sexta-feira (29/3). Quanto a equipe chegou ao local, encontrou a vítima acuada e com sinais visíveis de violência doméstica. O suspeito foi achado na rede, dormindo.
A mulher relatou aos policiais que o marido costumava fazer uso de drogas na residência. Após busca no imóvel, os militares encontraram balança de precisão e entorpecentes. O homem foi conduzido à delegacia, onde acabou autuado pela Lei Maria da Penha e por tráfico.
O DF contabilizou, até as 15h do dia 22 de março, 3.387 casos de violência contra a mulher no Distrito Federal. Somente neste ano, seis morreram vítimas de feminicídio. No dia 5 de janeiro, Vanilma Martins dos Santos, 30 anos, foi morta com uma facada desferida pelo marido. Os dois viviam juntos no Gama e tinham um filho pequeno.
Pouco mais de 20 dias depois, Diva Maria Maia da Silva, 69, levou cinco tiros no apartamento da família, na Asa Norte. O assassino – Ranulfo do Carmo, 74 – também era companheiro da vítima. Em seguida, Veiguima Martins, 56, foi assassinada a facadas na Asa Norte pelo marido, que acabou sendo achado morto no apartamento do casal, que foi incendiado. Ainda em janeiro, Patrícia Alice de Souza, 23, foi atingida por um tiro nas costas. As investigações concluíram que foi feminicídio.
Cevilha Moreira dos Santos, 45, foi encontrada morta no dia 11 de março, em Sobradinho. A vítima tinha marcas de facada no peito. O namorado dela é o principal suspeito de matar a mulher que sequestrou um bebê no Conic.
Em 19 de março, Maria dos Santos Gaudêncio, 52, foi morta pelo namorado, em casa. A filha encontrou o corpo da vítima em estado de putrefação, com cinco facadas e uma lesão na nuca, no Itapoã. Depois do crime, o acusado, Antônio Alves Pereira, 40, pediu demissão do emprego alegando ter ganhado na loteria. A PCDF encontrou o assassino no Maranhão.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasile