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DF: mãe de Renata diz que genro tentou queimar a filha viva

Em áudio enviado à irmã horas antes de ser morta com requintes de crueldade, vítima disse que queria que o companheiro fosse preso

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Reprodução/Redes Sociais
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1 de 1 WhatsApp-Image-2019-11-04-at-18.28.58 - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Antes de ser assassinada pelo companheiro na noite de sexta-feira (01/11/2019), Renata Alves dos Santos, 26 anos, enviou um áudio para a irmã, por volta de 20h. Na gravação obtida pelo Metrópoles, a dona de casa diz que queria que o entregador de materiais de construção Edson dos Santos Justiniano Gomes, 43, fosse preso. A mãe da vítima confirmou o perfil agressivo do genro ao revelar que ele já havia tentado queimar a filha viva.

A vítima de feminicídio foi espancada até a morte em sua casa, na Rua 8 da Quadra 19 do Residencial Morro da Cruz, em São Sebastião. Momentos antes de ser morta, ela disse à irmã que “sabia” que o homem seria detido naquela data. “Só sei que o outro daqui vai preso é hoje. Eu quero que ele seja preso.”

Ouça a gravação a seguir:

De acordo com a sobrinha de Renata, Jéssica Alves Rangel, 25, a família não sabe qual o contexto da fala da mulher. “Minha mãe mandou mensagem perguntando se estava tudo bem, daí ela respondeu isso”, comentou Jéssica.

Conforme a sobrinha, frequentemente Renata aparecia com marcas de agressões, mas sempre dava desculpas. “Ela tinha queimadura do pescoço para baixo, aparecia com olho roxo, mas só falava que havia caído ou que tinha se queimado sem querer”, relembrou.

Para Jéssica, Renata não denunciava o companheiro por depender financeiramente dele. “Ela veio da Bahia para cá e, quando chegou, só tinha até a quarta série. Então, sempre foi difícil para ela arranjar emprego. Acho que justamente porque ela era sustentada por ele que não procurava a polícia”, considerou.

“Muito violento”

Ao Metrópoles, a mãe da vítima, Judite Alves dos Santos, 68, que presenciou o genro matar a filha, relatou que o homem sempre foi violento. “Ele já tentou queimá-la. Riscou um isqueiro e tacou álcool nela. Ela saiu pegando fogo, mas os vizinhos jogaram água e apagaram”, contou.

Segundo Judite, Edson sempre foi muito ciumento com a mulher. Eles estavam juntos há cerca de dois anos. “Tinha ficado viúva, então, fui morar com eles, porque não queria fica sozinha, mas os dois brigavam bastante. Eu ainda entrava no meio para separar, mas ele dava muitos murros nela”, narrou Judite.

“Uma vez peguei ele enforcando ela na cama. Aí puxei o colarinho da blusa dele e ele soltou. Outra vez, bateu nela com a tampa de uma panela de pressão”, relembrou.

Na sexta-feira (01/11/2019), Judite tentou mais uma vez impedir o homem de espancar sua filha. “Mas ele me jogou em cima de uma mesa de mármore e quase estourou minha coluna”, disse. Após testemunhar as agressões contra Renata e ser ameaçada pelo autor do crime, ela ainda conseguiu sair de casa e pedir ajuda a vizinhos, mas a filha já estava morta.

Agora, a dona de casa diz desejar que Edson permaneça detido. “Ele foi pego em flagrante pela polícia. Tudo que espero é que ele continue preso”, afirmou Judite.

Ameaças

Ainda de acordo com Judite, Edson mandou que ela assumisse o crime para a polícia. “Ele falou para eu dizer que fui eu que matei. Fiquei calada, porque tive medo de ele me matar também, de atear fogo em mim”, disse à reportagem.

Depois de tirar a vida da companheira, o homem teria permanecido em casa e ameaçado a sogra de morte. “Disse que iria me matar se eu falasse que foi ele, e ficou lá. O vizinho que ligou para a polícia. Aí chegaram as viaturas e levaram ele”, relatou.

“Ele judiava muito da minha filha. Os homens da família dele já são acostumados a maltratar mulher. Ele não pode ser solto mais”, completou Judite.

Prisão preventiva

Acusado de assassinar Renata, Edson teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (04/11/2019). Em audiência do Núcleo de Audiências de Custódia (NAC), a juíza de direito substituta Flávia Pinheiro Brandão Oliveira levou em consideração o histórico de casos de violência doméstica que o homem cometeu contra a vítima.

No entendimento da magistrada do Tribunal do Júri de São Sebastião, a detenção de Edson foi necessária “por conveniência da instrução processual, eis que ele teria ameaçado a mãe da vítima, ao dizer que, se ela informasse para a polícia que ele era o autor do feminicídio, iria matá-la”.

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