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DF: Justiça mantém preso homem que matou namorada em roleta-russa

Gabrielly Miranda, de 18 anos, será enterrada nesta quarta-feira (15/01/2020), no Cemitério de Taguatinga

atualizado

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Arquivo pessoal
Leonardo Pereira dos Santos
1 de 1 Leonardo Pereira dos Santos - Foto: Arquivo pessoal

Leonardo Pereira, suspeito de matar a namorada Gabrielly Miranda, 18 anos, com um tiro na cabeça, permanecerá preso por tempo por indeterminado. Na cena do crime, o homem defendeu que estava  “brincando” de “roleta-russa” com a vítima. A decisão pela manutenção da prisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (15/01/2020), durante audiência de custódia. O caso é tratado como feminicídio.

Na ata da audiência, a  juíza Lorena Alves OCampos relembra o depoimento prestado pelo suspeito na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).
“A suposta brincadeira com a vítima teria se iniciado no momento em que ela teria pegado a referida arma de fogo e passado a puxar o gatilho com a arma apontada na direção de sua própria perna, donde se pode verificar que ela não teria o intuito de correr risco de morte”, destaca a magistrada.

Ainda de acordo com o relato do próprio preso, ele teria pego a arma e efetuado o disparo na direção da cabeça da vítima, a qual veio a óbito no local. “Ressalte-se que o autuado, ao invés de ter procurado prestar socorro à vítima, teria saído do local na condução de um veículo VW/Fox, cor vermelha, e somente depois teria retornado à residência, onde os fatos ocorreram”, ressalta Lorena OCampos.

Ainda sobre a decisão de mantê-lo preso, a juíza confirma a periculosidade social do homem. Fato revelado por sua folha de passagens, com condenação por porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, furto e violência doméstica e familiar contra a mulher (duas vezes), tendo, inclusive, já sido preso preventivamente por descumprimento de medidas protetivas em face de outra vítima.

Gabrielly será enterrada nesta quarta, no Cemitério de Taguatinga. A mãe da vítima, Wildiani da Silva Souza Miranda,  teve um relacionamento com o autor do tiro. “Falei para não se apaixonar por assassino. Ele tem que morrer, meu Deus!”, disse ao Metrópoles. “Não acredito que esse homem fez isso com a minha filha. A minha filha não, meu Deus! Ele acabou com a minha vida”, continuou.

Roleta-russa

Ao ligar para o 190, na manhã dessa terça-feira (14/01/2020), Leonardo falou da morte e citou o termo “roleta-russa”, a fim de justificar como a namorada foi atingida. Na versão dada ao delegado, ele não falou sobre o jogo.

No depoimento, Leonardo apenas afirmou que Gabrielly deu a arma para ele. O delegado adjunto da 26ª DP, Eduardo Escanhoela, afirmou que a versão dele já foi registrada pela polícia. E Leonardo teria confessado o crime.

“Segundo a versão dele, eles saíram para beber. Tomaram duas cervejas e voltaram para a casa, na QR 425. Por lá, continuaram bebendo”, afirmou o policial.

“Gabrielly pegou a arma do Leonardo e começou a brincar apontando para a perna (dele). Depois, ela entregou a arma para o namorado e ele apontou para a cabeça (dela). E disparou, matando a jovem”, afirmou o delegado.

Ainda segundo Eduardo Escanhoela, o autor iria se entregar após ter cometido o crime, mas voltou para casa e acionou o 190. “Leonardo contou ter ficado desesperado e pegou seu carro para se entregar na delegacia. Entretanto, a gasolina do carro acabou”.

O detalhe, de acordo com o policial, é que o lugar onde o carro parou fica distante da delegacia, próximo de uma chácara. “Depois, ele voltou para casa a pé e chamou o 190”, finalizou. Leonardo foi preso e está na carceragem da DPE.

O criminoso vai responder por feminicídio duplamente qualificado por motivo torpe contra a mulher e posse de arma, podendo pegar de 12 a 30 anos de pena.

Relação de medo 

Um homem, que não quis se identificar, afirmou que a jovem tinha medo do parceiro. Entretanto, afirmava que amava Leonardo e que não queria terminar com ele.

“A Gabrielly era uma pessoa muito boa. Já morei com ela e sabia que o Leonardo era muito possessivo com ela. Não deixava ela ter amigos e nem sair direito”, lembra o amigo.

“Em muitas oportunidades ela chegava em casa com olho roxo, toda machucada. Ela me dizia que tinha medo dele, mas, mesmo assim, o amava e não terminaria com o Leonardo”.

A jovem explicitou a situação em alguns posts relacionados a violência em suas redes sociais.

Confira alguns posts:

3 imagens
Gabrielly Miranda tinha 18 anos
A jovem havia acabado de completar o ensino médio
1 de 3

A jovem já deixava claro que sofria violência na relação com Leonardo

2 de 3

Gabrielly Miranda tinha 18 anos

3 de 3

A jovem havia acabado de completar o ensino médio

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