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Cirurgião famoso no Instagram é acusado de abuso sexual por 50 mulheres

Caso mais antigo é de 2001 e o mais recente é deste ano. Erros médicos durante os procedimentos também são relatados pelas vítimas

atualizado

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Reprodução/Redes Socias
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O cirurgião plástico Klaus Wietzke é acusado de abuso sexual por ao menos 50 mulheres. O médico tem mais de 90 mil seguidores no Instagram e trabalha em uma clínica de luxo no bairro Três Figueiras, área nobre de Porto Alegre (RS).

Nesta terça-feira (13/7), a Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços associados ao médico. A 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre é responsável pela apuração do caso.

Do total de 50 mulheres, 12 já haviam procurado a polícia, e uma investigação por crimes contra a dignidade sexual teve início há seis meses. Desde que a operação tornou-se pública, outras 40 mulheres já entraram em contato com a polícia em apenas dois dias.

O caso mais antigo é de 2001 e o mais recente é deste ano. Os relatos vão desde toques e cantadas a ofertas de procedimentos estéticos em troca de favores sexuais. Em uma ocasião, ele teria estuprado uma mulher enquanto ela estava sedada.

“Ela foi sedada, ele teria conversado com ela um pouco antes. Quando ela acordou, percebeu que estava sem a calcinha, aquela que o hospital dá, e percebeu uma secreção diferente quando foi ao banheiro. Foi encaminhada para o exame de verificação sexual, que deu positivo, inclusive, para a presença de sêmen”, disse à Folha de S. Paulo a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, responsável pelas investigações.

De acordo com a delegada, uma ex-funcionária do médico relatou que ele andava nu no consultório, que o ouviu em mais de uma ocasião tendo relações com pacientes, que ele pedia, ainda, que ela comprasse preservativos e que o filmasse.

Além das denúncias por importunação ou assédio sexual, pacientes ainda relatam supostos erros em procedimentos. Uma das mulheres ouvidas pela reportagem da Folha, de 26 anos, contou que ficou com um caroço na região dos glúteos, onde fez uma bioplastia. “No dia do procedimento, o médico passou a mão várias vezes nas minhas coxas, perguntando quanto tempo eu treinava, se tomava anabolizante e ‘mostrando’ para as secretárias. Após a aplicação, ele perguntou se eu tinha prótese de silicone. Eu falei que sim, e ele pediu pra levantar a blusa pra ver se estava tudo certo, colocou a mão e ficou apertando”, diz ela.

Wietzke é alvo de procedimentos administrativos no Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) e recebeu uma pena disciplinar de censura pública em 2008 pela instituição. Caso sejam comprovadas as acusações, a licença do cirurgião pode ser cassada de forma definitiva, o que o impediria de trabalhar no Brasil. Wietzke nega as acusações.

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