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Cachorro acompanha enterro de Renata, vítima de feminicídio no DF

Tafaréu, ou Amarelo, foi levado de ônibus pela família ao cemitério. “Ela o criou desde pequeno”, disse a mãe de Renata

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1 de 1 Cachorro-de-Renata - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

O enterro de Renata Alves do Santos, 26 anos, assassinada pelo companheiro na noite da última sexta-feira (01/11/2019), em São Sebastião, foi marcado pela tristeza dos parentes, amigos e até do cachorrinho de estimação.

O cãozinho Tafaréu, ou Amarelo, como ela o chamava, ficou embaixo do caixão da dona todo o tempo, na manhã desta terça-feira (05/11/2019). No começo da cerimônia, o animal foi colocado em cima, para se despedir da vítima de feminicídio. De acordo com familiares da dona de casa, o cachorrinho foi levado de ônibus de São Sebastião até o Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, pela família.

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Amarelo acompanhou a cerimônia e se despediu da dona
Amigos e parentes carregam o caixão de Renata, vítima de feminicídio
Jovem foi enterrada no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul
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Cachorrinho que ela criava ficou embaixo no caixão

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Amarelo acompanhou a cerimônia e se despediu da dona

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Amigos e parentes carregam o caixão de Renata, vítima de feminicídio

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Jovem foi enterrada no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul

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Francisco Rodrigues Siqueira, vizinho e amigo de Renata

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Silvio Alves dos Santos, tio da vítima

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Mãe de Renata, Judite Alves dos Santos

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Renata foi espancada até a morte por companheiro

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Casa onde Renata e Edson moravam

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“Ela o criou desde pequeno. O pegou na rua, estava jogado”, conta a mãe de Renata, Judite Alves dos Santos, 68, que viu a filha ser assassinada pelo genro.  A mulher presenciou o genro, Edson dos Santos Justiniano Gomes, 43, matar a filha.  Ao Metrópoles, nessa segunda-feira (04/11/2019), ela relatou que o homem sempre foi violento. “Ele já tentou queimá-la. Riscou um isqueiro e tacou álcool nela. Ela saiu pegando fogo, mas os vizinhos jogaram água e apagaram”, contou.

Segundo Judite, Edson tinha ciúmes em excesso da mulher. Eles estavam juntos há cerca de dois anos. “Tinha ficado viúva, então, fui morar com eles, porque não queria fica sozinha, mas os dois brigavam bastante. Eu ainda entrava no meio para separar, mas ele dava muitos murros nela”, narrou Judite.

“Uma vez peguei ele enforcando ela na cama. Aí puxei o colarinho da blusa dele e ele soltou. Outra vez, bateu nela com a tampa de uma panela de pressão”, relembrou.

Na sexta-feira (01/11/2019), Judite tentou mais uma vez impedir o homem de espancar sua filha. “Mas ele me jogou em cima de uma mesa de mármore e quase estourou minha coluna”, disse. Após testemunhar as agressões contra Renata e ser ameaçada pelo autor do crime, ela ainda conseguiu sair de casa e pedir ajuda a vizinhos, mas a filha já estava morta.

Agora, a dona de casa diz desejar que Edson permaneça detido. “Ele foi pego em flagrante pela polícia. Tudo que espero é que ele continue preso”, afirmou Judite.

Silvio Alves do Santos, 64, era tio da vítima. Ele conta que a sobrinha fazia amizade onde ia. “Ela era boa gente”, ele conta, entre lágrimas. Uma das amigas de Renata disse ter convivido muito tempo com a jovem. “Tem 15 dias que ela se mudou para morrer. Não mexia com ninguém. Era uma pessoa maravilhosa, de bem com a vida”, comentou.

Francisco Rodrigo Siqueira, 42, vizinho de Renata, também presente no enterro, mostrou indignação com o crime. “Ele (o marido) foi muito covarde. Não merecia isso. Todo mundo está revoltado”, ressaltou.

Prisão preventiva

Nessa segunda-feira (04/11/2019), a Justiça converteu a prisão em flagrante do entregador de materiais de construção Edson dos Santos Justiniano Gomes em preventiva. Em audiência do Núcleo de Audiências de Custódia (NAC), a juíza de direito substituta Flávia Pinheiro Brandão Oliveira levou em consideração o histórico de casos de violência doméstica que o homem cometeu contra a vítima.

A vítima de feminicídio foi espancada até a morte em sua casa, na Rua 8 da Quadra 19 do Residencial Morro da Cruz, em São Sebastião. Momentos antes de ser morta, ela disse à irmã que “sabia” que o homem seria detido naquela data. “Só sei que o outro daqui vai preso é hoje. Eu quero que ele seja preso.”

A barbárie

Segundo as investigações, após agredir a companheira, Edson teria levantado Renata, que já havia caído no chão, pelas orelhas e batido com a cabeça dela diversas vezes em uma mesa de mármore.

Ao ser levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), para prestar esclarecimentos, o homem, que estava embriagado, dormiu e não foi possível colher o depoimento dele. A mãe da vítima relatou que o casal estava em um bar e, quando eles chegaram em casa começaram a discutir. Ela disse à polícia que Edson desferiu socos no rosto e na cabeça de Renata, além de enforcá-la.

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