Brasilienses pedem um basta à violência contra a mulher
Caminhada Feminicídio Não foi realizada em Planaltina, na manhã de domingo (01/09/2019)
atualizado
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Brasilienses se reuniram, na manhã desse domingo (01/09/2019), em ato de protesto pelo fim da violência contra a mulher no Distrito Federal. A concentração da Caminhada Feminicídio Não ocorreu em frente à Feira Permanente de Planaltina.
A manifestação contou com a presença de familiares de Genir Pereira de Sousa, 47 anos, e de Letícia Sousa Curado, 26, ambas assassinadas por Marinésio dos Santos Olinto, 41. Um dos presentes foi o marido da advogada morta em 23 de agosto, Kaio Fonseca, 25.
Ao longo da caminhada, manifestantes ressaltaram a importância de as vítimas de violência doméstica procurarem as autoridades policiais e registrarem ocorrência. Os participantes também aproveitaram a oportunidade para cobrar políticas públicas voltadas ao combate a feminicídios, que chegaram a 16 em 2019 no DF.
Posted by Jéssica Grigorio on Sunday, September 1, 2019
Casos recentes
O ato teve como estopim as mortes de Letícia e Genir, além das várias denúncias contra Marinésio e que são investigadas pela Polícia Civil do DF (PCDF). Em depoimento, o maníaco revelou aos investigadores mais detalhes da rotina que levava em Planaltina antes de ser preso, no dia 25 de agosto. Ele afirmou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade atrás de mulheres.
Contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus. Na versão dada aos policiais, ressaltou que oferecia carona para terminais rodoviários e, no trajeto, assediava as vítimas. Pelas contas do maníaco, seriam pelo menos 10. Entretanto, negou estar envolvido em outras mortes ou estupros.
Com temperamento frio e calculista, o cozinheiro relatou que, quando percebia que a conversa ia engrenar durante o trajeto, iniciava o assédio. Segundo o criminoso, quando a mulher recusava, parava o carro e a abandonava no meio da estrada. O homem confessou que chegou a roubar objetos pessoais de algumas vítimas, guardados como troféus.
Sobre as mortes, insistiu que teve um “apagão”. Disse que, “quando voltou a si”, estava com as mãos no pescoço das mulheres. A baixa estatura chamou a atenção dos policiais que trabalham nas apurações. Com apenas 1,55 m de altura, o suspeito não usou arma de fogo para executar as vítimas. De acordo com depoimentos prestados ao longo das investigações, afirmou que matou Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47, com as próprias mãos, por esganadura.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.