Brasileira acusa DJ alemão de agredi-la em Berlim: “Um monstro”
A produtora, casada com Fabian Laumer, divulgou vídeos e fotos da agressão nessa sexta-feira (28), após voltar com sua filha ao Brasil
atualizado
Compartilhar notícia
Reportagem especial do Fantástico, da TV Globo, neste domingo (6/1), exibiu o caso da brasileira Rebeca Kodaira, produtora de 22 anos, que acusou de agressão o DJ alemão Fabian Laumer, de 38 anos, o DJ Nu. Ela compartilhou fotos e vídeos nas redes sociais com o rosto inchado e ferido e relatou as agressões. Ambos têm uma filha de 11 meses e moravam juntos em Berlim, na Alemanha. Rebeca diz ter medo de perder a guarda da filha. A produtora cuidava da agenda e dos contratos de Fabian.
Segundo Rebeca, a agressão aconteceu no dia 5 de dezembro, no apartamento deles em Berlim. Ela divulgou os vídeos e fotos nessa sexta-feira (28), após voltar com sua filha a São Paulo, na casa de sua família. Rebeca afirma que ainda tem fraturas nos ossos do crânio e da face.
“Foi muito difícil pra mim tomar a decisão de deixar esse conteúdo on-line ou expor na mídia”, disse Rebeca, na sua conta no Facebook. “Porém, se eu não disser o que está acontecendo, outros irão contar minha história por mim. E eu prefiro que vocês a escutem por minha boca. Não por boatos. Ainda não posso andar direito, só alguns passos”, complementou.
Rebeca narra o dia da agressão: “A nossa filha estava dormindo no apartamento, e ele estava consumindo drogas. Eu falei que ia dormir e fui para o outro quarto da casa”. Segundo ela, Fabian ficou irritado e ainda a acusou de ter roubado objetos dele. Ela contou que sofria de uma doença, vulvodínia, que a impedia de manter relações sexuais. O que deixava o marido furioso.
“Ele falou que ia me matar. Eu mordi o dedo dele e pedi socorro. Ele tapou minha boca e meu nariz e eu fiquei inconsciente”, ela diz. Rebeca afirma que ele tentou enforcá-la, deu golpes no seu rosto e na cabeça e a deixou no chão do banheiro. “Eu fiquei uma hora desacordada. Quando acordei, só lembro de sair e a ambulância chegar.”
Pedido de desculpas
“No hospital, trocamos mensagens e ele pediu desculpas, disse que estava envergonhado”, ela disse. Segundo Rebeca, ele chegou a ser detido por uma noite. Depois, as autoridades alemãs proibiram Fabian de chegar a mais de 200 metros de distância dela, afirma a brasileira.
Ela já pretendia voltar ao Brasil no dia 6 de dezembro, um dia após ser agredida. Mas a internação a fez adiar a viagem. Nesse meio tempo, Rebeca teve uma audiência inicial sobre a guarda da filha. Outra audiência sobre a guarda está marcada para fevereiro, em Berlim.
O julgamento da agressão ainda vai demorar cerca de três meses para ser realizado, segundo Rebeca. Ela afirma que não gostaria que ele fosse preso, mas que passasse por um tratamento de reabilitação. A brasileira ainda diz ter medo de perder a guarda da filha, por não conhecer advogados de direito de família na Alemanha.
“Ele sempre foi um bom pai, um bom marido, mas tinha estes transtornos. Ele explodia e virava um monstro. Mas um monstro que eu conseguia controlar. Tentava me bater mas eu conseguia me defender. Eu falava para parar e ele parava. Eu nunca fiz nenhuma acusação porque eu preferia lutar pela família”, diz Rebeca.
A reportagem do Fantástico conta que tentou contato por e-mail com Fabian. Ele apenas respondeu que em breve fará um comunicado contando sua versão. Em sua página no Facebook, na sexta-feira, o DJ alemão de origem peruana negou ter agredido Rebeca e disse que ela estava internada por estar doente e que ela mesma teria provocado os ferimentos. Depois, ele apagou o perfil no site.
Durante 2019, o Metrópoles se dedicará a escrever todas as trajetórias de vida das mulheres que vão sangrar enlaçadas em relacionamentos nocivos. O olhar feminino e sensível das profissionais envolvidas no projeto irão humanizar as estatísticas frias, incapazes de criar empatia. Só ela pode interromper a indiferença diante das agressões à mulher. Um contador em destaque na capa do portal marca diariamente esses casos a fim de lembrar que há um longo caminho para acabar com esse ciclo de violência.