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Assassino de Vanilma, 1º feminicídio de 2019, vai a júri na terça

Réu esfaqueou a esposa no tórax e a abandonou ferida no Hospital Regional do Gama. Vanilma dos Santos não resistiu aos ferimentos

atualizado

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1 de 1 vanilma 2 - Foto: Arquivo pessoal

Tiago de Souza Joaquim, acusado de matar a própria esposa, Vanilma Martins dos Santos, 30 anos, com uma facada no tórax, enfrenta o júri popular na próxima terça-feira (21/01/2020). O crime foi o primeiro feminicídio registrado no DF em 2019, que encerrou com a cifra de 33 mulheres mortas. O réu aguarda o julgamento preso.

O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) sustenta três qualificadoras. Motivo fútil, uma vez que o crime foi cometido por conta de uma discussão; mediante recurso que dificultou a defesa da vítima; e praticado contra mulher e em contexto de violência doméstica e familiar, uma vez que denunciado e vítima eram companheiros, residiam na mesma residência e tinham um filho em comum, o que caracteriza o feminicídio.

O crime ocorreu na madrugada de 5 de janeiro de 2019 no Setor Leste do Gama. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Tiago chegou em casa embriagado e discutiu com a vítima. Em seguida, armou-se com uma faca e desferiu um golpe contra o tórax da companheira. O filho do casal, de três anos, encontrava-se no local no momento do crime.

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O cenário da tragédia foi uma casa de fundos no Gama
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Thiago de Souza Joaquim, 33 anos

Reprodução
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O cenário da tragédia foi uma casa de fundos no Gama

Luísa Guimarães/Metrópoles

 

Para evitar a prisão em flagrante, Tiago largou a mulher sozinha às 3h30 na emergência Hospital Regional do Gama (HRG). Vanilma chegou consciente, mas sangrava muito. Tinha um talho profundo no lado esquerdo do peito. Não contou a ninguém quem a havia atacado. Estava preocupada com o filho. Ele tinha ficado sozinho em casa. A mulher implorou ajuda aos policiais, para que fossem em socorro de Enzo.

Aos 20 anos, Vaninha, como sua família adotiva a tratava, era uma moça que chamava atenção pela beleza. Magra, tinha os cabelos escuros e compridos. Embora tímida, era vaidosa. Na época, fazia curso técnico de enfermagem em Taguatinga e, vez ou outra, ajudava a servir os clientes do Nosso Bar. Seus familiares mantinham o ponto comercial e moravam no mesmo endereço. Tiago, aos 23 anos, havia parado de estudar na 6ª série do ensino fundamental e frequentava o lugar para beber e jogar sinuca com amigos.

A história de Vanilma foi tema do projeto Elas por Elas, do Metrópoles, que retratou os feminicídios ocorridos no DF em 2019.

Apesar da fuga de Tiago, não foi difícil para a polícia descobrir como o assassinato aconteceu. Ao chegar ao endereço indicado por Vanilma, os PMs encontraram a sala da casa ainda suja de sangue e informaram o fato à Polícia Civil, que foi até o local. Imediatamente, o marido passou a ser o principal suspeito do feminicídio e, em diligências, os agentes acharam a faca utilizada no crime em cima do telhado da casa dos dois.

Segundo contou à polícia quando se entregou, ele teria apenas simulado que arremessaria a faca na direção da mulher, mas a lâmina teria “escapulido” da bainha e atingido o corpo de Vanilma, do lado esquerdo, na altura do peito. Mesmo antes de o laudo ficar pronto, o delegado Vander Braga, da 20ª DP (Gama), á época, considerou a história inverossímil. “É uma versão que ele está criando para si mesmo. Uma faca daquele modelo não tem bainha, não escapole nem mata sozinha uma pessoa”, afirmou. A experiência deu razão ao policial: o laudo do Instituto Médico Legal (IML) indica que o corte não é compatível com um arremesso, e sim como uma punhalada.

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