Whey de maconha: produto inusitado surge como opção de proteína veggie
Além da versão tradicional, outras alternativas foram criadas, como a proteína do arroz, do feijão e, agora, pasme, até à base de maconha
atualizado
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O whey protein é um suplemento que tem revolucionado a indústria alimentícia. Não à toa, é possível encontrar bebidas prontas, pães, biscoitos e até bolos com adição dessa proteína do soro de leite.
Além da versão tradicional, outras alternativas foram criadas, como a proteína do arroz, da ervilha, do feijão e, agora, pasme, até à base de maconha. Antes de tudo, é preciso ter calma: é válido frisar que a formulação tem como matéria-prima o pó do cânhamo.
O ingrediente, por sua vez, é um derivado da Cannabis sativa, que se destaca no mundo da nutrição quando o assunto é saúde por ser capaz de oferecer muitos nutrientes. Os efeitos psicoativos não são gerados a partir dessa semente, pois ela não tem na composição o tetrahidrocanabinol, o famoso THC, responsável por esses efeitos.
O ingrediente conta com proteínas de alta qualidade, estando entre as melhores fontes de proteína vegetal, além de ômegas 3 e 6, fibras, vitaminas e minerais. O novo suplemento apresenta um valor nutricional semelhante à soja, representando uma boa alternativa para vegetarianos e veganos.
Dependendo do processamento do produto, ele pode se assemelhar muito ao teor proteico do tradicional whey.
No entanto, por enquanto, a comercialização do produto não é autorizada pela Anvisa. E mais: não existem evidências científicas sobre os benefícios do cânhamo se comparado ao whey convencional — ou seja, são necessários mais estudos para comprovar se o item cumpre o que promete.
Vale frisar, por fim, que o cânhamo contém fatores anti-nutricionais, como são chamadas as substâncias encontradas em alimentos de origem vegetal que podem reduzir o valor nutritivo, interferindo na absorção deles, como o ácido fítico. O whey “tradicional” ainda poderia ser considerado superior devido ao maior valor de aminoácidos essenciais, principalmente a leucina.
Mas, de fato, a novidade mostra que a indústria não tem poupado esforços ao criar alternativas de consumo proteico para substituir a carne tanto para humanos quanto para animais, já que o consumo de carne é associado à maior emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e outros. E você, investiria no produto?
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica