Veja se o jejum intermitente pode “atrasar” o envelhecimento celular
Bastante popular, o jejum intermitente oferece vantagens à saúde; descubra se prevenir o envelhecimento das células é uma delas
atualizado
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A popularidade do jejum intermitente não para de crescer nos últimos anos. A estratégia consiste em alternar fases de jejum e de alimentação, com restrição de tempo entre elas. A abordagem comumente usada é com um padrão 16:8, ou seja, um período de jejum de 16 horas e um período de alimentação de 8 horas.
Para alcançar isso, bastaria pular ou atrasar a hora do café da manhã ou também jantar mais cedo.
Logo, podemos dizer que este método de ingestão consiste na restrição calórica durante determinadas horas do dia, de forma a diminuir a janela de tempo em que se pode comer para, assim, reduzir o excesso de gordura, melhorar condições digestivas ou até retardar o envelhecimento celular.
Com o envelhecimento, esses radicais livres se acumulam e destroem o nosso material genético. Em suma, com o tempo, os mecanismos de reparação são afetados e reduzidos.
Para retardar o envelhecimento celular, seria mais aconselhável criar mais fábricas de produção de energia, ou seja, novas mitocôndrias; reparar os danos às células; e, claro, eliminar o que não pode ser recuperado por meio do processo de autofagia.
A autofagia é um processo no qual os macrófagos, células encarregadas de limpar o “lixo celular”, comem as células que não foram capazes de se reparar.
É aqui que o jejum intermitente entra em ação, como um dos diferentes mecanismos capazes de promover essa autofagia. Claro que não se trata do único mecanismo existente, podemos contar também com a atividade física, que cria novas mitocôndrias.
A teoria científica que explica a relação entre jejum e rejuvenescimento é justificada pela pausa digestiva, que ocorre quando jejuamos. Dessa forma, nos beneficiamos em nível metabólico e imunológico. Isso porque não fomos concebidos para comer a todo momento, mas sim preparados para sobreviver a períodos de jejum.
Além disso, no mundo de abundância e opulência em que vivemos, o jejum oferece múltiplos benefícios porque aciona mecanismos adaptativos que promovem envelhecimento mais saudável, que deles se destacam:
Autofagia
No jejum, as células podem ativar esse processo em que componentes celulares danificados ou envelhecidos são decompostos e reciclados. Isso colabora com a renovação celular e a eliminação de elementos indesejados.
Redução do estresse oxidativo
O jejum reduz o estresse oxidativo, diminuindo a quantidade de radicais livres. O estresse oxidativo está associado ao envelhecimento e ao dano celular.
Melhora a sensibilidade à insulina
Isso ajuda a regular os níveis de glicose sanguínea, que estão ligados à longevidade e à saúde metabólica.
Ativação de genes da longevidade
O jejum pode ativar genes associados à longevidade, como os da família SIRT (sirtuínas). Esses genes estão envolvidos na regulação do metabolismo e na resposta ao estresse.
Sozinho, jejum não faz milagre
É válido, porém, frisar que o jejum deve ser realizado sempre em contexto de alimentação saudável. Além disso, macronutrientes, como a proteína, devem estar presentes em boas quantidades, junto aos demais nutrientes essenciais, que impedem que o metabolismo desacelere.
Não adianta optar pelo jejum e, ao se alimentar, exceder o valor calórico diário. Para fins de emagrecimento, o jejum só irá funcionar se houver restrição calórica. Ou seja, é necessário ajustar também as calorias, priorizando calorias de qualidade, que oferecem nutrientes essenciais à qualidade de vida, como os antioxidantes, por exemplo.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica