Nômade alemão conta suas aventuras pelo mundo durante sete anos
Yann Girard relata a experiência em um livro para inspirar “loucos” que queiram tentar o mesmo
atualizado
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O alemão Yann Girard teve uma crise dos “20 e poucos anos” que resultou na maior aventura de sua vida. Girard largou tudo e foi viver pelo mundo como nômade. Dormiu no sofá dos colegas e viajou de carro por lugares da América do Norte, sem nenhum planejamento.
Foram sete anos de aventura que resultaram no livro “I’m everywhere and nowhere. And I own nothing and everything”, o primeiro dos muitos divulgados por ele. O livro, disponível de graça e integralmente on-line, mostra que é preciso ter coragem para enfrentar o mundo sem nenhum apoio. Separamos sete dicas desses sete anos de experiência para quem quer tentar a vida como nômade.Essa é para todos os que são inquietos. Para todo o mundo que não aceita o mundo como é hoje em dia, que não se importa com status e quebra as barreiras. Essa é para todos os que são chamados de loucos. Pessoas como eu e você.
1. Seja desapegado. Mesmo.
O livro pode, eventualmente, lembrar o clássico longa metragem “Clube da Luta”. Assim como no filme, Girard conta como o desapego material, emocional e espiritual são importantes para uma jornada solitária ao redor do mundo. Solitária por hora, já que em cada canto constroem-se novas amizades.
“Eu nunca tive um carro. Não tenho smartphone. Minha posse mais cara é este laptop de onde escrevo. Isso é, literalmente, tudo que tenho”, conta o autor. Todos os bens do viajante cabem em uma mochila: duas peças de roupas, um computador, um par de sapatos, algumas roupas íntimas, escova de dentes e muita coragem.
2. Tenha uma quantia financeira guardada que possa lhe ajudar no processo
É claro que você pode começar a vida viajando pelo mundo, mas para isso é preciso ter algum senso de responsabilidade e ter uma quantia guardada para iniciar sua aventura e outra para eventuais necessidades urgentes. Morando na Malásia, Girard gastava cerca de R$ 1.000 por mês, incluindo seguro de saúde, comida e hospedagem.
Não abdique de coisas como seguro saúde e uma reserva para emergências. “Você não consegue controlar ou prever as coisas.”
3. Não tente calcular o seu próximo passo
Trace uma rota e esteja aberto a mudanças. A cidade seguinte pode não ser a que você esperava, caso esteja no pique de explorar uma vida de nômade. Sua próxima casa pode não ter água, luz, nem mesmo um colchão para dormir. Se não calcular previamente seu próximo passo, você também não se frustrará caso as coisas não ocorram como esperava.
“Quando você estiver tentando prever o futuro, nada realmente fará sentido. Nada disso vai encaixar no quebra cabeças que você criou em sua mente. Mas e se esse quebra cabeças nem sequer é seu?”
4. Esteja aberto a possibilidades
Estar aberto a novas possibilidades vai além de ir para o sul, e não para o norte; dormir em um celeiro, em vez de num albergue; ou pegar carona com um desconhecido e não pegar um ônibus. Estar aberto a novas possibilidades significa que talvez, procurando um restaurante que lhe pague o suficiente para uma refeição, você esbarre em um investidor que inexplicavelmente vê potencial em você e resolve contratá-lo.
Assim aconteceu com Girard, que conheceu seu parceiro de negócios em um hostel na China, quando ele já estava com sua conta bancária quase finalizada, restando apenas o suficiente para voltar para a Alemanha e à vida “tradicional”.
“A maioria das pessoas ficam paradas esperando por aquela grande ideia, aquele plano grande e maravilhoso ou pela pessoa que irá salvar todas as possíveis situações adversas. Mas isso nunca acontece, só em Hollywood (…) Aquela ideia genial nunca vai acontecer, porque aquela ideia genial é um resultado das várias pequenas ideias que você despreza. Aquele grande plano de vida não vai acontecer, porque ele não existe. Assim como ninguém vai lhe salvar, porque só você pode fazer isso.”
5. Está tudo bem, caso sinta-se perdido por um momento
Se você não sabe onde está o seu sonho ou para que lado correr, fique calmo. É preciso estar perdido para poder se encontrar.
“Nada é para sempre. Quando comecei toda a minha jornada, a primeira coisa que eu fiz foi trabalhar na construção do sonho de um amigo. Simplesmente porque eu não tinha meus próprios sonhos em mente. Às vezes não é sobre saber o que quer fazer. Às vezes é sobre esperar, se preparar e agarrar as oportunidades que a vida dá.”
6. Importe-se menos com a opinião alheia (e isso incluí redes sociais)
Quanto mais você se importar com a opinião alheia, menos você será capaz de construir sua própria personalidade, descobrir o que gosta e o que estaria disposto a fazer para realizar seus próprios sonhos. Ninguém é dono de você mesmo e é isso que importa.
7. Você vai sofrer. E vai descobrir que sobrevive!
Nenhuma experiência como nômade viajando pelo o mundo – nem mesmo em seu próprio país – vem acompanhada sempre de bons acontecimentos. Às vezes as coisas fogem do seu controle. O seu aquecedor vai quebrar quando a temperatura lá fora estiver em negativo, vai chover quando for preciso caminhar por quilômetros até chegar à sua casa e faltará dinheiro para comer. Você descobrirá que sobrevive e dará mais valor a tudo.