Médico explica qual a melhor máscara para usar em uma viagem de avião
O infectologista José David Urbaez esclareceu dúvidas sobre os cuidados necessários em aeronaves
atualizado
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Conforme os países reabrem os aeroportos e as medidas de isolamento social se flexibilizam, as viagens estão sendo retomadas em um ritmo lento. Contudo, sem abrir mão das medidas de segurança, entre elas o uso obrigatório de máscaras e o distanciamento.
Esta semana, a Latam decidiu proibir alguns tipos de máscaras faciais em seus voos, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por motivos de segurança, fica vetado o uso de máscaras com válvulas, protetores bucais, lenços e bandanas de pano em todos os voos da companhia.
A justificativa é que esses modelos têm baixa eficiência contra a propagação da Covid-19. Para responder questionamentos sobre os cuidados com a infecção pelo novo coronavírus na hora de embarcar em um avião, o Metrópoles convocou o médico infectologista do Laboratório Exame, José David Urbaez.
Que tipo de máscara é recomendado?
Segundo o especialista, a viagem começa pela circulação no aeroporto, onde há uma preocupação maior por parte dos médicos quanto ao aumento da probabilidade de infecções. Isso se deve à grande possibilidade de aglomerações em ambientes fechados.
Por isso, o uso do item é recomendado como forma de evitar a transmissão por aerossóis, aquela que acontece com mais frequência em locais sem ventilação adequada.
“Nesse sentido, as melhores máscaras são as cirúrgicas, FFP2 (KN95) e FFP3 (N95), todas sem válvulas”, explica o médico.
Esses modelos têm uma capacidade de filtragem de 95% a 97% do ar que respiramos, e proporcionam uma alta segurança contra essa nuvem de aerossóis que se mantém pairando em ambientes fechados.
Dentro do avião, no entanto, a regra não é a mesma. Há uma troca frequente de ar nas aeronaves, que é realizada a partir de uma mistura do ar externo e interno da cabine, a cada 3 minutos, a partir de um sistema chamado de filtros HEPA, capaz de captar e reter o vírus.
A maior preocupação, nesse momento, é o contágio a partir de gotículas — que se propagam especialmente quando não há o distanciamento recomendado. “O que pode ser feito é utilizar ou máscaras N95 ou uma combinação de um modelo cirúrgico com uma versão de pano, com o intuito de vedar todas as irregularidades que possam existir entre o rosto e o item de segurança”, orienta o infectologista.
“Lembrando que é extremamente importante não retirar o dispositivo durante todo o percurso do voo, por isso, recomendamos que não haja a ingestão de alimentos dentro da aeronave”.
Devo usar faceshield?
O equipamento oferece mais segurança por ser um dispositivo que evita que você leve a mão ao rosto, diminuindo a possibilidade de contaminação. “Dentro do avião, esse mecanismo tem uma importância muito significativa porque cadeiras, fivelas, cintos de segurança e mesinhas podem sim ser fontes de infecção caso essas superfícies sejam infectadas por pessoas que retiram a máscara”, alerta José David Urbaez.
É um instrumento que serve para dar mais segurança porque, além de evitar o contato das mãos com o rosto, ele também te lembra o tempo inteiro da necessidade de proteção dentro da aeronave e durante a passagem pelo aeroporto.
Quando devo trocar a máscara?
Em voos mais distantes, deve-se usar a regra tradicional: a cada duas ou três horas você precisa trocar a máscara, uma vez que ela ficará úmida.
Como proceder se um passageiro resolver ficar sem máscara perto de mim?
Caso isso aconteça, você deve imediatamente acionar a tripulação. Isso não é permitido, e causa riscos a você e a todos que estão em volta.
“Não é cabível que, em local nenhum em que haja pessoas reunidas, que alguém retire a máscara. Essa pessoa estaria apontando para uma conduta intensamente irresponsável e sem compromisso com a segurança dos outros, o que é fundamental neste momento”, pondera.
Água do avião
Recentemente, uma comissária de bordo fez sucesso no TikTok ao alertar sobre a água servida em aviões. Um estudo realizado pelo NYC Food Policy Center, da Hunter College, averiguou que a água das aeronaves pode conter coliformes fecais, assim como salmonelas e alguns insetos.
Portanto, a recomendação da pesquisa é que você não lave as mãos após utilizar os banheiros. Invista em álcool em gel, que deve estar sempre a mãos, assim como em outros tipos de desinfetantes específicos para esse tipo de limpeza. Saiba mais sobre o assunto na matéria do Metrópoles.