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Lençóis maranhenses: um guia completo sobre o oásis nordestino

Veja tudo o que você precisa saber para viver a experiência na região cortada pelas dunas de areia, que escorregam para o litoral

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Melhores Destinos/Monique Renne
Lençóis Maranhenses
1 de 1 Lençóis Maranhenses - Foto: Melhores Destinos/Monique Renne

Entre os mosaicos de areia branca e as lagoas cristalinas que se estendem pela linha do horizonte, os Lençóis Maranhenses parecem uma pintura desenhada pelo vento e jamais reproduzida em qualquer outro cenário no mundo. Do topo das areias, contemplar a paisagem é permitir-se acreditar em miragens diante dos próprios olhos.

A sensação de sentir-se apenas um grão de areia diante da imensidão da natureza carrega um punhado de poesia. Some os manguezais, rios e lagos da região, a noroeste do estado — onde as dunas escorregam pela longa faixa do litoral.

Todos os anos, o ciclo das chuvas forma lagoas em meio ao deserto brasileiro, e a umidade que aflora dos lençóis freáticos mantém as piscinas nos vales de areia. A cerca de 4 horas de distância da capital maranhense, São Luís, os lençóis são protegidos por um parque de mesmo nome, criado em 1981.

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Por conta dos movimentos do vento, a paisagem no local se altera com o tempo. A experiência nunca é a mesma
Não se engane: as lagoas são bem diferentes nas diferentes locações do parque
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O cenário pacato é um convite a se integrar à imensidão da natureza

Hotel Urbano/Reprodução
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Por conta dos movimentos do vento, a paisagem no local se altera com o tempo. A experiência nunca é a mesma

Hurb/Divulgação
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Não se engane: as lagoas são bem diferentes nas diferentes locações do parque

BIAMAN PRADO/MTUR

A faixa de dunas a perder de vista adentra até 50 quilômetros no continente e se estende por mais de 70 quilômetros de praias desertas. Para conhecê-las, os turistas se distribuem entre as três bases: a estratégica Barreirinhas, às margens do Rio Preguiças; a antiga vila de pescadores pé na areia, povoada pelos kitesurfistas Atins, do outro lado do rio; ou Santo Amaro, onde descansam as lagoas mais bonitas.

Foi pelo cenário nordestino que o paulistano Alessander Valentim decidiu trocar a selva de pedra, há 21 anos. Gerente da Taguatur, agência de turismo, ele explica que viver a experiência é a única maneira de traduzi-la.

“É impossível descrever a sensação de se subir as areias e contemplar a imensidão, de ver o pôr do sol se despedindo entre as dunas. A gente costuma dizer que quem não acredita em Deus passa a acreditar. É, certamente, um lugar mágico”, descreve.

Para convencer os visitantes a enfrentarem as subidas e descidas na areia fofa sob o sol a pino, ele explica que o desgaste físico não se compara aos ganhos espirituais. “É fascinante o quanto você gasta o corpo, mas recarrega as baterias”, defende.

Temporada das lagoas

O contraste exuberante entre as lagoas azuis e as dunas e areia brancas é o verdadeiro encanto do destino. Para conhecer o cenário em toda sua plenitude, é importante estar atento ao calendário. Os melhores meses para viajar são de julho a setembro. Esse é o período logo depois da temporada de chuvas, quando as lagoas certamente estão cheias.

Mas, em qualquer época do ano, o cenário tem seu encanto — nas temporadas mais secas, a paisagem de dunas de areia a perder de vista também tem seu charme. A chegada das chuvas, no entanto, tende a transformar a coloração azul-esverdeada das lagoas em nuances mais turvas.

Pé na estrada

O único aeroporto da região, o de Barreirinhas, recebe apenas voos fretados de São Luís e o custo do trajeto é muito alto. A melhor forma de desembarcar nos Lençóis Maranhenses é partir de avião até a capital do estado.

De lá, o trajeto continua via terrestre até uma das três bases do destino — Santo Amaro (240km de distância), Barreirinhas (260 km) ou Atins (260 km + 1 hora de barco).

Pontos de estratégia

Desde a capital São Luís, são, no mínimo, quatro horas de transporte terrestre até o portal de entrada do parque nacional, Barreirinhas. O trajeto, mais complicado, é um convite a se conectar com a experiência, mas demanda um pouco de trabalho — por isso, dedique ao menos quatro dias para visitar o roteiro.

Em cada uma das três cidades que servem como base para o destino, experiências indescritíveis aguardam o visitante. Acredite: as lagoas não são iguais em todo o parque, e vale a pena investir tempo para conhecer as três principais bases do lugar.

  • Barreirinhas: conhecida como o portal de entrada para o Parque Nacional, a cidade é a que mais tem infraestrutura para receber os turistas — com ampla oferta de pousadas, restaurantes e vida noturna. Por conta da variedade, tende a ser mais barata, mas também deixa a desejar em termos de charme.
  • Santo Amaro: o vilarejo é o mais próximo do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e é uma opção bem rústica e charmosa para fazer de base, porém tem uma estrutura precária em termos de turismo, com menos alternativas. É ali que ficam as dunas mais altas e se formam as maiores lagoas, inclusive, algumas das mais belas da região: da Gaivota, do Murici e da Betânia.
  • Atins: pequenina e charmosa, é um antigo vilarejo de pescadores com ruas pé na areia, pousadas e restaurantes charmosos e um tanto quanto mais caros. O destino é onde o deserto encontra o mar colorido pelas velas dos kitesurfistas. Porém, para chegar até lá, é um pouco mais cansativo — por conta do trajeto de lancha de até uma hora.

Na ponta do lápis

Um bom condicionamento físico e disposição para caminhar na areia fofa sob o sol forte são vantagens competitivas para quem quer se integrar à imensidão de dunas, mergulhar nas lagoas azuis e pernoitar em vilas de pescadores.

Mas, em termos de gastos, o roteiro pode sair mais em conta ou ter um toque mais luxuoso, a depender do seu estilo de viajante. Escolher bem a sua base também vai nortear o quanto a experiência vai pesar no bolso.

Ficando em Barreirinhas, você pode encontrar hospedagens com valores de diária a partir de R$ 150 para duas pessoas. Adicione a partir de R$ 60 reais por refeição em dupla, e o transporte para os passeios, em torno de R$ 100 por pessoa para cada experiência. Para esticar até Santo Amaro, programe-se para gastar em torno de R$ 300 a R$ 400 a diária para dois.

Se escolher ficar em Atins, a mais cara e cheia de bossa das três opções, a diária nas hospedagens custa a partir de R$ 250 a diária, chegando até R$ 2 mil, em hospedagens de luxo. As refeições também costumam ser mais caras, em torno de R$ 80, e os passeios seguem o mesmo valor. Para chegar até o lugar, além do transporte de R$ 100 reais até a porta de entrada, o ticket da lancha custa em torno de R$ 90.

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Valem o check-in

Entre os principais atrativos, não deixe de conhecer, em Barreirinhas, os trajetos Circuito Lagoa Azul  (com Lagoa da Preguiça, Lagoa da Esmeralda e Lagoa dos Peixes) e o Circuito Lagoa Bonita (com a Lagoa do Descanso, Lagoa do Maçarico e Lagoa do Clone). Mesmo se não ficar hospedado por lá, não deixe de conhecer as lagoas de Santo Amaro: maiores, transparentes, mais coloridas e cercadas por dunas com formatos impressionantes.

Em Atins, aceite o convite a não ter pressa e aproveite cada segundo dos passeios pelos Circuitos da Lagoa das Sete Mulheres, com a Lagoa da Capivara e também a Lagoa Tropical com a Lagoa da Lorena. Além delas, vale incluir no roteiro a região chamada Canto de Atins, onde há uma bela praia.

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