Hotel ou Airbnb: qual o mais seguro para hospedagem durante a pandemia?
Especialistas explicam como decidir qual a melhor alternativa e como reduzir os riscos de contágio ao dormir fora de casa
atualizado
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A relação entre viajantes e hospedagens mudou desde o início da pandemia do novo coronavírus, no início de março deste ano. Por conta do risco de contágio com a doença, medidas de higienização e contra aglomerações passaram a ser tão importantes quanto a localização e estrutura oferecidas pelos dormitórios.
As principais escolhas para acomodação, atualmente, são quartos de hotéis ou Airbnb. Em ambos os casos, antes de reservar, é preciso pesquisa sobre os cuidados contra a Covid-19.
De acordo com o médico da plataforma virtual PlushCare Daniel Berliner, em entrevista ao Huffpost, não existem locais totalmente seguros. “A vida inclui afastar-se da segurança relativa de casa. Quando você tem de viajar, é importante escolher um lugar limpo e seguro, que te deixei tranquilo e reduza os riscos de contaminação”, afirmou.
Confira dicas de especialistas para decidir qual a melhor alternativa e como reduzir os riscos ao dormir fora de casa:
Regras do local
Procure saber quais as normas relacionadas ao que acontece caso um hóspede tenha sido diagnosticado com a Covid-19. Intervalos entre as ocupações diminui os riscos de contágio e oferece maior segurança ao próximo turista. Outro ponto importante a ser examinado são as regras de segurança, limpeza e desinfecção. De acordo com o professor da escola de saúde pública da Universidade de Nevada, em Las Vegas, Brian Labus, as grandes redes de hotéis têm vantagem neste tópico.
“A saúde pública em hotéis está sujeita a regulamentações oficiais, e a limpeza será mais bem feita, especialmente nas redes que têm várias unidades”, disse. “A casa de uma pessoa não tem o mesmo nível de supervisão. As grandes redes hoteleiras também são mais transparentes em relação às medidas que vêm adotando para proteger seus clientes, e você encontra planos detalhados em seus sites”, completou.
Em contrapartida, o Airbnb incentiva os anfitriões a exercerem rígido padrão de limpeza nas propriedades, seguindo um protocolo. “Somos todos humanos, e podem ocorrer falhas – seja numa rede global de hotéis com milhares de funcionários ou num Airbnb, cujos donos têm diferentes níveis de cuidado”, completou Berliner.
Número de pessoas com quem terá contato
A capacidade total dos estabelecimentos foi reduzida pela metade, no entanto, sempre há o risco de encontrar aglomerações. Em hotéis, não há como evitar que os transeuntes se encontrem pelas instalações. A melhor opção é que cada hóspede escolha sair do quarto fora dos horários de pico, evitando o encontro com outras pessoas. No caso do Airbnb, segundo Labus, a vantagem é que você e seu grupo são os únicos ocupantes do local.
Estado de saúde
Antes de decidir por o pé na estrada ou embarcar no avião, é de suma importância estar ciente do atual estado de saúde. “Onde dormir é só uma peça do quebra-cabeça, então se você quiser se proteger da Covid-19, considere toda sua programação. Se você já contraiu a doença e está imune temporariamente, sua avaliação será diferente da de uma pessoa que é mais velha ou tenha alguma comorbidade”, avaliou Labus.
Máscara de proteção e distância
Assim como em casa, o uso obrigatório de máscara e a distância social de dois metros entre as pessoas segue em vigor nas hospedagens. “Você deve seguir as mesmas regras que impõe em sua casa enquanto estiver no hotel ou numa casa alugada”, afirmou Berliner.
“Eu seria particularmente cuidadoso em elevadores e me certificaria de usar máscara. Se você estiver tocando os botões do elevador, certifique-se de usar álcool gel depois, ou então os aperte usando algum objeto. Também teria cuidado em áreas comuns onde a ventilação não é boa. Se fosse comer no restaurantes do hotel, tentaria conseguir uma mesa do lado de fora”, recomendou Kuppalli.
Limpeza própria
Além da higienização realizada pelos anfitriões e organização das hospedagens, os especialistas indicam o hóspede também limpar as superfícies de alto contato adequadamente.
“Isso inclui maçanetas, interruptores, portas e puxadores de armário, torneiras, balcões, controles remotos, telefones e assim por diante. Também teria sempre álcool gel à mão, para garantir que as mãos estejam sempre limpas. E máscara, é claro.”, afirmou Kuppali.
Cuidados na rua
Estar viajando não dispensa os cuidados contra o novo coronavírus. “O maior risco de infecção vem do contato próximo com outras pessoas, especialmente se elas não estiverem usando máscaras”, observou Labus.
“Ficar em hotel ou casa alugada é apenas parte da viagem. Você precisa considerar mais que apenas a sua hospedagem. Se você tiver várias exposições de alto risco assim do lado de fora, pouco importa onde vai passar a noite. Se vai participar de aglomerações, em que as regras de distanciamento social raramente são seguidas, a acomodação não deveria ser sua principal preocupação”, finalizou.