Guias famosos da Chapada indicam 5 atrativos imperdíveis no destino
Com diferentes especialidades, o acompanhamento de um guia enriquece a experiência dos visitantes, otimiza tempo e garante mais segurança
atualizado
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Cada estilo de viagem exige um tipo de planejamento específico, que também é definido pela personalidade do viajante. Há quem prefira chegar com tudo pronto e reservado com antecedência, e quem tenha sangue aventureiro correndo pelas veias para se aventurar pelos roteiros sozinho, guiado pelo humor do momento.
No entanto, a viagem para certos destinos pode ser enriquecida — e mais segura — com o acompanhamento de um guia de turismo. Esse é o caso da Chapada dos Veadeiros. Ser conduzido pelas trilhas do Cerrado por alguém que conhece e tem uma verdadeira conexão com o espaço pode transformar completamente a sua experiência.
Após um período de intensa seca, focos de incêndio se espalharam em vários pontos da Chapada. Com a chegada da temporada de chuvas neste mês de outubro, as águas que caíram na região serviram para controlar as queimadas no destino. Por conta do cenário climático — tanto do fogo, quanto pluviométrico —, o acompanhamento de um guia de turismo, especializado em segurança, é ainda mais importante.
Em todo o território de preservação ambiental que engloba Veadeiros, se espalham mais de 2 mil cachoeiras catalogadas — das quais cerca de 100 estão abertas a visitação —, jardins e trilhas ecológicas bem preservadas, parques de águas termais, mirantes e formações rochosas únicas, que remontam a milhares de anos.
Diante de tamanha exuberância, montar um roteiro de acordo com as suas preferências não é tarefa fácil. Fugir do mínimo e eleger o que realmente combina com você é o truque de mestre para otimizar a estadia — e aí entra um profissional especializado.
Para dar dicas e oferecer o mapa rumo aos verdadeiros tesouros do destino, o Metrópoles te apresenta guias de turismo famosos na região.
DNA brasiliense
Há 10 anos, a historiadora Andrea Manzan (@trilheirasnaestrada) trocou a capital federal por um CEP de Alto Paraíso. A brasiliense nasceu imersa nas belezas naturais que englobam o local, e o gosto pelas cachoeiras e percursos ecológicos a acompanha desde a infância.
“Eu acredito que o ser humano nasceu para estar em conexão com a natureza, e não existe lugar no mundo como a Chapada para isso”, defende. No lugar, está uma formação geológica milenar, habitada por espécies endêmicas que só nascem ou vivem ali. “O Cerrado é o berço das águas do país, e chama a atenção de pessoas do mundo inteiro”, completa.
A profissão como guia surgiu do desejo de conviver em maior contato com os espaços ecológicos. Durante os passeios, ela acompanha turistas e apresenta tanto a história da região quanto oferece recursos para guardar cada momento da viagem na memória, por meio de registros fotográficos.
“Além de uma viagem cheia de informação e história, o viajante vai sair daqui com imagens maravilhosas da Chapada para postar nas redes sociais. Trabalhamos muito com a qualidade dos registros do roteiro — com GoPro, drone e boas câmeras”, explica.
O foco da empresa que ela criou em parceria com uma amiga e também guia de turismo engloba acompanhar mulheres que partem sozinhas rumo ao destino. “As viajantes solo podem vir e procurar por trilheiras na estrada, e terão todo o acompanhamento e segurança durante a estadia”, elucida.
- Lugares imperdíveis: Complexo do Macaco (Macacão) e Santuário Volta da Serra
Pouco conhecido entre os visitantes do destino, o complexo de cachoeiras do Macaco possui 2 belas cachoeiras e poços de águas avermelhadas no seu percurso. O lugar demanda um veículo 4×4, e o time de guias oferece essa possibilidade. Chamadas de Cachoeira da Escadaria e Catedral, as duas enormes quedas d’água se moldam por paredões de pedras empilhadas.
Dentro da Fazenda Volta da Serra, o Santuário possui três principais pontos de visitação: Cachoeiras do Cordovil, do Rodeador, do Encontro e Poço das Esmeraldas. O caminho para as três quedas d’água se forma em percursos ecológicos bem preservados, envoltos em uma paisagem de pedras enormes e natureza pura.
Paisagem colorida de verde
O goiano Douglas Oliveira (@dougguiadachapada) nasceu em outra parte do estado de Goiás, passou boa parte da vida na capital goiana até se encantar pelas belezas da Chapada. Ele decidiu, então, se mudar para a região para conscientizar os visitantes sobre a importância do Cerrado por meio do ecoturismo.
Entre os encantos do destino, ele ressalta a extensa biodiversidade, que se mostra em tonalidades diferentes de água, a variedade de cristais e minerais, e a riqueza cultural, a partir das vivências dos moradores da região — desde os nativos da cidade até a comunidade Kalunga.
“Temos uma variedade muito plural de cores de água, um bioma que oferece belezas como em nenhum outro lugar, a variedade de minas e cristais da Chapada, a riqueza cultural do território quilombola, e as histórias de óvnis e alienígenas que passam por aqui”, explica Doug, como gosta de ser chamado.
Nas experiências como guia, ele agrega tanto conteúdo botânico e geológico, quanto compartilha as histórias dos moradores com os visitantes. “Preparamos sua estadia em termos de logística, pousadas de acordo com o seu perfil, roteiro de acordo com o condicionamento físico e conhecemos a região de norte a sul — com trajetos personalizados”, completa.
- Lugar imperdível: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
O Parque Nacional abriga espécies e formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água, rochas de mais de um bilhão de anos e paisagens que mudam ao longo do ano — conforme a alternância entre as estações de seca e cheia na região.
Lá dentro, o visitante pode escolher entre quatro percursos. A mais longa e difícil é a Trilha das Sete Quedas, com aproximadamente 23,5 km de extensão, que pode ser concluída em dois ou três dias.
Além dela, a Trilha dos Saltos inclui um mirante que permite visão privilegiada para o Salto de 120 e para o Salto de 80, parada especial para um mergulho; a Trilha dos Cânions, entre terrenos pedregosos e a Cachoeira das Cariocas; e a Trilha da Siriema, com trajeto mais tranquilo em um terreno plano e bem sinalizado até córrego Rodoviarinha.
Carioca na Chapada
“Um bom guia é seu melhor amigo na trilha”. É assim que Wesley Lima (@cariocanachapada) define a importância da profissão. Desde que trocou o município de Paracambi, no Rio de Janeiro, pelo cenário goiano, o carioca se dedica a apresentar aos viajantes lugares pouco conhecidos, que geralmente não aparecem nas buscas na internet.
Não é raro ele encontrar cantinhos longe dos pequenos poços de água cristalina cheios de gente, onde sempre aparece alguém no fundo das fotos e você tem que disputar espaço nas pedras para poder se refrescar.
Por conta da pandemia, fugir das grandes aglomerações também é sinônimo de segurança. “Especialmente desde o último ano, montar uma logística em lugares menos cheios se tornou minha especialidade, para que os visitantes consigam ter experiências únicas em seus roteiros na Chapada”, defende.
- Lugar imperdível: Cachoeira do Dragão
Um dos atrativos mais radicais do lugar, a Cachoeira do Dragão se esconde por dentro de um paredão de cânions com uma formação rochosa de 1.8 bilhões de anos, apenas acessível a nado. A experiência é de tirar o fôlego, e te faz acreditar que a natureza é realmente muito maior que a humanidade.
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Aberta apenas na época da seca — entre junho e o começo de outubro, o acesso é feito apenas com o acompanhamento de um guia especializado, por motivos de segurança. O trajeto extremo envolve uma caminhada com grau de dificuldade elevado e longos trechos de natação. Apesar do esforço, a paisagem não é para todos, e certamente vale a visita.
De mãe para filha
Guia de turismo há seis anos, Silvana Silva Santos (@silvana_guia) cresceu percorrendo as trilhas e nadando nas cachoeiras de Cavalcante. Munida da vontade de apresentar ao mundo a riqueza da biodiversidade de onde nasceu, escolher ser guia como profissão foi um caminho natural.
“Quem visita a nossa casa certamente aprende muito — sobre preservação ambiental, humildade, respeito e simplicidade”, garante. Durante o acompanhamento aos visitantes, ela oferece um conhecimento especializado sobre plantas medicinais.
O aprendizado veio de origem familiar, passando da avó, que era raizeira (mulheres que cultivam o saber tradicional dos povos do Cerrado sobre o uso das plantas medicinais); a mãe, que sempre usa a vegetação como medicamento; até chegar a Silvana, que fez quatro cursos sobre o tema.
“Na biodiversidade do Cerrado, 70% é medicinal e os outros 30% são opções comestíveis. Toda essa riqueza está ao nosso lado, e a gente nem enxerga”, completa.
- Lugar imperdível: Complexo da Canjica
Na divisa entre Cavalcante e o estado do Tocantins, o Complexo da Canjica é um paraíso pouco explorado e recheado de cachoeiras de águas azuladas, que adquirem diferentes tonalidades de acordo com a posição do sol. A trilha é longa, pode chegar a 5,5 km e tem nível de dificuldade moderado. Ainda assim, a cachoeira mais alta do complexo pode chegar a 60m de altura, mas vale cada passo.
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