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Chapada das Mesas: descubra o encanto do paraíso ecológico maranhense

Na série Chapadas Brasileiras, conheça o destino que orquestra com maestria a união de três biomas e dá aula de acessibilidade

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1 de 1 chapada das mesas – reprodução - Foto: Reprodução/Pinterest

Reconhecido mundialmente pelas belezas naturais que se escondem por trás das areias dos lençóis maranhenses, o estado do Maranhão abriga outro destino marcado pela natureza intocada que merece destaque: a Chapada das Mesas. Emoldurados por um Parque Nacional que protege mais de 160 mil hectares de natureza exuberante, os encantos da região se espalham por um complexo de curiosas formações rochosas, cânions, cavernas e cachoeiras.

Entre os morros de rocha de arenito com o topo chato formados há milhões de anos — as mesas que dão nome e poesia ao destino — e a paisagem ressequida do cerrado, se escondem cerca de 90 cachoeiras de beleza singular, com águas límpidas que refletem tons de verde e azul, em contraste com o alaranjado da paisagem.

Na série Chapadas Brasileiras, o Metrópoles te apresenta os encantos dos mosaicos que compõem o território verde-amarelo. Cada uma com suas particularidades, mas extremamente ricas em belezas naturais, as chapadas são imperdíveis para os amantes de turismo de aventura e proporcionam uma experiência de conexão com a natureza única.

O parque se desenvolve na área de transição entre a caatinga e o cerrado e também fica próximo à Floresta Amazônica. A pluralidade de biomas que envolvem o lugar é apenas um de seus diferenciais, responsáveis por tornar a chapada maranhense um ponto memorável no mapa turístico do país.

Criado em 2005, o Parque Nacional da Chapada das Mesas é um dos mais novos parques nacionais do Brasil. A região da chapada fica próxima ao Jalapão (TO), conhecido como o deserto das águas, e guarda características muito semelhantes.

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Como chegar?

A cidade base para visitar as belezas naturais da chapada é Carolina, que tem menos de 30 mil habitantes e fica 840 km ao sul de São Luís. Os aeroportos mais próximos são Araguaína, no Tocantins (119 km), e Imperatriz, no Maranhão (221 km). Para garantir mais autonomia, é recomendável cair na estrada de carro. Porém, há ainda a opção de contratar uma agência local para realizar os passeios.

Melhor época para visitar

A região é marcada por dois períodos do ano bem definidos: a época chuvosa — de dezembro a maio, e o tempo da seca, que dura do fim de maio ao início de dezembro.

Como um destino de aventura, naturalmente, o período com baixo índice pluviométrico é a melhor opção na hora de marcar no calendário. O mês de setembro é um dos destaques entre os guias turísticos. Evite especialmente o período entre final de janeiro e início de abril, quando chove bastante.

Durante a pandemia, as autoridades de saúde recomendam evitar viagens não essenciais. Porém, mesmo após o fim do distanciamento social, uma boa dica é fugir dos feriados e finais de semana, época em que o destino recebe muitos visitantes. O movimento em excesso pode impactar negativamente a sua experiência.

Onde se hospedar

Ao cair da noite, o retorno para a cidade também é uma importante parte da vivência maranhense. Depois de um longo dia de trilhas e cachoeiras, a cidade de Carolina oferece opções de pousadas, todas simples, porém bastante aconchegantes.

Na lista, merece destaque a Pousada dos Candeeiros, que fica em um casarão antigo. A Pousada do Lajes tem uma ótima localização próxima à rodovia de onde partem os passeios Há ainda as Pousadas Rancho das Estrelas e Maktub. O Ventanas Hotel Boutique é uma das mais recentes inaugurações para quem está em busca de uma alternativa mais requintada.

Não podem faltar no roteiro

Nascido e criado em Carolina, o guia turístico Wellington Medeiros se encanta ao falar sobre as preciosidades da região em que cresceu.

“Além de belezas exuberantes, nós temos uma energia que não há em outro lugar do mundo, sem falar na conexão com a natureza”, garante o maranhense.

O patrimônio natural é apenas um dos atrativos, e ele ressalta a riqueza histórica da região traduzida também em monumentos criados por nativos e pela tradição oral. “A nossa cidade é bem antiga, e temos histórias muito peculiares, contadas pelos guias e moradores daqui”. Além dos morros e trilhas, os “causos” e relatos fascinantes fazem parte da experiência da viagem.

Por questões de segurança, os passeios e práticas esportivas na chapada só podem ser feitas com o acompanhamento de guias ou de agências especializadas em esporte de aventura que oferecem um cardápio de alternativas na região.

De acordo com as dicas de Wellington, na hora de programar o roteiro não podem faltar no checklist as belas cachoeiras de São Romão e a Cachoeira da Prata, em Carolina. Elas são as que mais se destacam por sua grandeza, além de possibilitarem esportes de aventura, como rapel e canoismo.

Outras atrações como o trekking até o Morro das Figuras, com suas inscrições rupestres, e as trilhas ecológicas que levam até o Morro do Chapéu — o ponto mais alto da chapada — são um prato cheio para os amantes de aventura. A sabedoria popular conta que o alto do morro era o ponto principal dos rituais indígenas da região.

É no Complexo da Pedra Caída que fica a famosa cachoeira do Santuário, monumento natural que, na opinião de Wellington, é um dos mais belos do Brasil, com seu percurso cênico. “Toda a experiência é muito interessante, porque você caminha dentro de um cânion antes de chegar até a queda d’água”, elucida o maranhense.

As águas caem de uma altura de 46 metros e formam uma piscina que chega a três metros de profundidade. Todo o complexo abriga uma variedade de cachoeiras e oferece uma estrutura adequada de acessibilidade e é bastante cômodo para os visitantes, com passarelas de madeira que trilham o caminho.

Os famosos Poço Azul e Encanto Azul são os cartões-postais mais famosos da Chapada, e ficam no município de Riachão. No caminho até o poço há outras cachoeiras, com destaque para a de Santa Bárbara, com mais de 70 metros de altura.

Reza a lenda que o entardecer no Portal da Chapada das Mesas é mágico. O portal esculpido naturalmente em uma rocha desponta para uma visão panorâmica dos outros morros da área.

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