Casais ensinam dicas para viajar a dois em harmonia (e gastando menos)
Neste Dia dos Namorados, influenciadores que caíram no mundo abrem o álbum de memórias e contam tudo o que aprenderam juntos na estrada
atualizado
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O casal Maria Eduarda Cardoso, de 28 anos, e Alessandro de Franceschi, de 35, começou o ano passado com planos grandiosos. Juntos há três anos, eles decidiram deixar para trás a rotina agitada de São Paulo para adotar o estilo de vida nômade e viver na estrada. Para isso, passaram a chamar de lar uma van adaptada, e a dividir muito mais que a cama — também o trabalho e os momentos de lazer.
A máxima popular diz que “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”, e é nisso que a Duda acredita. “A gente não se separa um minuto, e isso potencializa o que a relação tem de mais forte”, conta Alê.
“Temos que estar felizes com nós mesmos, e a companhia vem para somar. Eu gosto de estar com a Duda em qualquer situação, e fico feliz que podemos acrescentar à nossa paixão, que é viajar, o quanto é bom estar com ela”.
Assim como os donos do perfil Get Outside, outros casais encontraram no turismo a melhor forma de estreitar os vínculos e firmar os laços, que tornaram-se nós. Na estrada, eles aprenderam a respeitar o espaço um do outro, mesmo vivendo e trabalhando juntos. Também encontraram maneiras de identificar forças e criar parcerias duradouras e, principalmente, dividir os batimentos acelerados de um coração ansioso por pisar em um destino pela primeira vez.
Ao Metrópoles, influenciadores de viagem compartilharam os aprendizados, desafios e percalços, e as delícias de cair no mundo ao lado da pessoa que você ama. Eles também ensinaram dicas para conciliar os desejos de cada um, sem abrir mão da própria individualidade. Mostram, ainda, como facilitar a convivência ao cruzar fronteiras.
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Caindo no mundo
Destinos de praias conhecidos pelas ondas incríveis e boa visibilidade para mergulho sempre foram a prioridade do casal Manuela Denardin, 27 anos, e Matheus Kelmer, 31 anos. Por trás do perfil WeLove, há sete anos, os dois compartilham experiências de viagens com o público na web.
No passaporte, eles já carimbaram uma série de experiências caindo no mundo, sem hospedagem fechada, só os dois e suas mochilas traçando a rota ao longo do caminho.
“Essas experiências de aventura são transformadoras e viram as melhores histórias para toda a vida”, relembra a gaúcha que cresceu em Brasília. “Quando estamos num lugar pela primeira vez é tudo novidade e não tem nada mais gostoso que descobrir coisas novas juntos”.
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Mas, cruzar fronteiras também pode acompanhar contratempos. Quando questionados sobre o que aprenderam de mais importante na estrada, eles responderam sem pestanejar: “Ter sempre seguro de viagem!”.
“Depois de alguns perrengues que passamos, aprendemos que não tem como fazer viagens, principalmente as que envolvem esportes e aventuras, sem ter uma cobertura em caso de acidentes ou problemas de saúde”, aconselha.
“Em uma viagem o casal vai viver momentos que são só deles. É uma maneira incrível de construir essas lembranças que vão fortalecer a relação e tornar a história do casal ainda mais linda”, celebra.
“Match” perfeito
Quando se conheceram há cinco anos, Aline Fortuna, 27, e Renata Rodrigues, 28, descobriram que o “match” entre elas vai muito além do aplicativo de relacionamento. “Somos tão parecidas que, às vezes, parecemos uma só”, conta Aline entre risos.
O sonho em comum de viver uma vida nômade motivou o primeiro mochilão em casal, quando elas saíram de casa no Rio Grande do Sul e conheceram 10 países em pouco mais de um ano, com pouco tempo de relacionamento. Foi viajando o mundo com apenas uma mochila nas costas que elas criaram o Mundo Sem Muros, para compartilhar todas as vivências outdoor e as experiências de aventura.
Ao longo das viagens, elas foram descobrindo a si mesmas, e quem são enquanto casal. Com as situações que enfrentaram, perceberam a importância de ter alguém como ponto de equilíbrio, para trazer o melhor uma da outra também nos momentos adversos.
A forma de pensar parecida também facilitou o convívio. A receita do sucesso, para elas, é unir o diálogo, a flexibilidade e a empatia.
“Tentamos fazer isso sempre, manter um canal de diálogo sempre aberto e sincero. O melhor de viajar juntas é ter a oportunidade de compartilhar algo que você está amando fazer, que é estar em contato com a natureza, no nosso caso, com alguém que ama ao lado. É um daqueles combos que melhor impossível”, comemora Renata.
Agora, elas trabalham como filmmakers traduzindo experiências sobre destinos em imagens. Confira uma das produções:
Nem de lá, nem de cá
Ao contrário de Aline e Renata, que tinham planos e desejos em comum assim que os caminhos delas se cruzaram, Bruno da Costa, 38, e Talitiane Ferreira, 38, aprenderam a realizar juntos o sonho um do outro antes de começarem a nutrir projetos compartilhados.
No começo do relacionamento, cada um queria ir por um lado — e eles encontraram uma maneira de alegrar os dois no mesmo período, dividindo a folga em dois ou três destinos.
“Conforme fomos concretizando esses sonhos, outros foram surgindo em comum. Casados há tanto tempo, os desejos passaram a nascer em conjunto. Hoje, queremos conhecer a Aurora Boreal, por exemplo. Éramos muito jovens e, atualmente, estamos mais alinhados”, explica Bruno.
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Juntos há 19 anos, eles moravam no Rio de Janeiro até que decidiram se mudar para Braga, em Portugal, em 2018, e contam que a mudança teve como objetivo adotar um estilo de vida mais flexível e adquirir vivência internacional, podendo viajar o tempo inteiro — não só uma vez ao ano.
Cada um com seu estilo e preferências, eles sabem tudo sobre a personalidade um do outro quando o assunto é viajar. “O Bruno é o mestre do planejamento, porque ele trabalha com isso”, define Tati, como gosta de ser chamada. “O que vamos fazer, a hora que vamos acordar, quanto vamos gastar e os mínimos detalhes. Eu deixo por conta dele, não sou muito de interferir”.
“Só quando o assunto é comida”, completa o analista de projetos. “Eu defino onde iremos, e ela escolhe onde vamos fazer as refeições. Comida típica é com ela mesma”, diverte-se.
Colocar tudo no papel e organizar a viagem por inteiro foi uma prática que eles aprenderam com o tempo, inclusive para controlar os gastos. A dica do casal é que vale a pena sim pesquisar e decidir cada detalhe, para diminuir o peso no bolso e otimizar o tempo. O resultado é uma experiência bem mais completa e enriquecedora.
“Fizemos duas viagens no estilo ‘deixe a vida me levar’, e descobrimos que sem planejamento você gasta muito. Ou até perde a chance de conhecer um ponto turístico incrível e muito importante”, alerta.
Parceria e confiança
“A Laís é supercrítica, e eu sou mais acelerado. Aprendemos a chegar em um acordo e usar o que de melhor cada um tem para oferecer. A combinação deu um resultado perfeito”, conta Marcus Racuia, 33. “A gente acaba se completando”, confirma Laís Rocha, 30.
Juntos há mais de 9 anos, eles são os criadores do perfil Mapa Mundi Travel realizaram vários sonhos lado a lado e agora estão aproveitando para viver mais uma experiência inesquecível, em Fernando de Noronha. Como nem sempre as coisas saem como planejado, ter jogo de cintura, paciência e companheirismo é fundamental.
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O pedido de casamento é um caso emblemático. A ideia inicial já estava toda preparada com o guia de turismo do Marrocos, e o momento memorável seria em cima de uma duna, em um glamping de luxo no deserto do Saara. Sob a luz do luar, com o charme das areias alaranjadas, o cenário era perfeito.
Porém, na prática, nem tudo é glamour. Quando eles chegaram ao local, estava tudo revirado por conta de uma tempestade de areia. Faltou luz e até os besouros gigantes pretos do deserto estavam infestando o acampamento.
“Ele ficava me perguntando: você não está feliz? E eu completamente irritada. Vento e areia no meu ouvido, besouros gigantes na minha perna, um calor insuportável e ele pensando, o que eu faço agora? Não tinha clima nenhum”, conta a dentista.
A melhor alternativa foi deixar para outro dia. “Nem sempre tudo dá certo, tem muito problema envolvido, e é sempre melhor passar perrengue juntos do que sozinhos”, brinca Laís.
“Aprendemos todos os dias o quanto é importante respeitar a vontade do outro quando não for a sua, que perrengue tem no Brasil e em qualquer outro lugar do mundo, e a ser companheiro e levar as coisas mais leves”, conclui Marcus.
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