Especialista dá dicas para encarar cachoeiras na época das chuvas
Em dezembro e janeiro, os temporais aumentam e elevam os riscos de tromba d’água. Saiba como se proteger e evitar acidentes
atualizado
Compartilhar notícia
O Centro-Oeste é um verdadeiro parque de diversões para quem ama um mergulho de cachoeira. Próximos ao Distrito Federal, a cidade de Pirenópolis e os municípios que compõem a Chapada dos Veadeiros estão entre os destinos mais buscados por quem mora no DF e deseja fazer um roteiro em meio à natureza. Especialmente nesta época do ano, marcada por confraternizações, recessos e, claro, pelas férias da garotada.
O problema é que, apesar de muitas possibilidades de folga, os meses de dezembro e janeiro são justamente os menos indicados para conhecer as quedas d’água e os demais atrativos desses locais.
Neles, a temporada de chuvas na região está no auge. Ela começa a partir de setembro, ainda em ritmo lento, e ganha força a partir de novembro quando temporais passam a ser mais comuns.
Como há grande variação de temperatura nesta época do ano, o calor pode encorajar os turistas a desafiarem os riscos associados à cheia. Contudo, a recomendação é abortar o passeio quando a meteorologia indicar a possibilidade de chuva, mesmo que, aparentemente, o tempo esteja “limpo”.
“Os rios têm grande extensão, muitas vezes está chovendo na cabeceira e não percebemos no local onde estamos. Isso não significa que uma tromba d’água não possa surpreender”, justifica o capitão do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), Wilson Souza Mendes.
Dicas
O profissional reforça algumas dicas que podem servir de alerta quando o tempo muda durante o passeio. “Quando houver nuvens carregadas em uma posição isolada no céu, observe se a água está vindo desta direção. Isso pode indicar que, em caso de chuva, o local também possa ser atingido”, avisa.
“Além disso, é preciso observar a natureza. Com o mau tempo, o vento fica mais intenso, os animais estarão agitados e a cor da água pode mudar. Se isso ocorrer, saia do banho imediatamente e cancele o passeio. Procure um lugar alto para, se necessário, esperar o tempo melhorar para voltar ao ponto de origem”, continua.
Segundo Wilson, a força e o volume da tromba d’água não devem ser as únicas preocupações de quem visita locais de cachoeira nesta época do ano. “A chuva vem arrastando pedras, galhos e pedaços de madeira, a pessoa pode sofrer uma pancada, ficar inconsciente”, completa.
Também é preciso estar atento a riscos de deslizamentos de terra e a mudanças no terreno. “Escolher um calçado ideal para a trilha é importante para evitar vários acidentes”, pontua o especialista.
Mendes, que já trabalhou em diversos resgates, também indica que o programa seja feito na companhia de pelo menos mais uma pessoa, de preferência um guia credenciado.
“Nossa experiência demonstra que o socorro em acidentes nessas regiões é mais eficaz quando a vítima está acompanhada e tem alguém para acionar o socorro. Outra dica importante é sempre avisar as pessoas sobre os locais que está indo, incluindo os responsáveis pela pousada e pelo camping. Assim, eles poderão acionar as forças de segurança quando o tempo do passeio ficar longo demais”.
Brasiliense desaparecido
Após mais de duas semanas de buscas, o brasiliense Jacob Vilar Santana segue desaparecido na região da Chapada dos Veadeiros.
O jovem foi levado por uma tromba d’água no dia 1º de dezembro, enquanto passeava com a namorada pelo Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros. No sábado (14/12/2019), o Corpo de Bombeiros de Goiás, com apoio da corporação do Distrito Federal, informou que já foram vasculhados 25 quilômetros desde o local onde Jacob foi visto pela última vez.