Beira-mar: 5 praias paradisíacas na Bahia que você (ainda) não conhece
Fora da rota tradicional, cidades e vilas de pescadores valem a visita, em um convite a respirar a maresia e desligar-se do mundo lá fora
atualizado
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Esbanjando a maior extensão litorânea do Brasil, não é de se admirar a fama das estonteantes praias da Bahia. Da agitada Salvador às pequenas vilas de pescadores, o estado é a combinação perfeita entre mar, areia e vegetação – com alguns temperos a mais, como falésias, piscinas naturais e coqueirais – e a receptividade de seu povo.
Contudo, nem só de megabarracas e espaços disputados no mar vivem as praias baianas. Alguns destinos além da tradicional rota de cidades famosas nacionalmente reservam surpresas aos visitantes que se aventuram em desvendá-los.
Se fugir do clássico – e frequentemente lotado – roteiro é o seu objetivo, siga a rota por destinos paradisíacos, do extremo sul da Bahia até a divisa com Sergipe, que preservam o tradicional tempero baiano e o ritmo lento dos dias de descanso à beira-mar.
1. Cumuruxatiba, Prado
Se o nome Cumuruxatiba for muito difícil de falar, pode chamar de Cumuru. Muito mais que um nome singular, por trás das areias da praia do destino se escondem milhares de anos de história. Foi o vaivém das ondas que quebram na praia da Barra do Cahy, colorida por coqueiros e falésias, que levou os navegantes portugueses a pisarem em terras brasileiras pela primeira vez.
Lá estão as belezas eternizadas na carta de Pero Vaz de Caminha. Ao longo da extensa faixa de areia, um paredão de falésias em tons de rosa e laranja cercado por faixas de coqueiros compõe a paisagem ideal para quem busca belezas além mar. Pisar nessas areias é como respirar a maresia dos primórdios da história brasileira, que vive apenas nos livros.
Além da Barra do Cahy, na região de Cumuruxatiba não faltam cenários exuberantes. A vila, que se diferencia das vizinhas Prado, Caravelas e Alcobaça pela rusticidade, é um ponto imperdível na rota de quem busca por dias sossego e pé na areia. É difícil apontar a praia mais bonita, já que quase todas são rodeadas por amendoeiras e entrecortadas por pequenos rios.
O cenário fica ainda mais especial com a visita das baleias jubarte, entre os meses de julho a novembro. Os animais aproveitam as águas quentinhas do destino para encantar os visitantes com saltos na água em sincronia com seus filhotes.
Na hora de montar o roteiro, não deixe de incluir o cenário selvagem e praticamente intocado da Ponta de Corumbaú, as águas calmas da praia do Rio do Peixe Pequeno, e o charme da praia da Areia Preta. Ali perto também ficam a piscina natural esverdeada de Japara Grande, formada pelo riacho de mesmo nome, e o arquipélago de Abrolhos.
2. Santa Cruz Cabrália
Subindo rumo ao norte do estado, Santa Cruz Cabrália abriga 35km de faixa de areia emoldurada por recifes de coral. Se Porto Seguro é sinônimo de agito, a cerca de 30 minutos de distância fica o respiro à beira mar, com o clima relaxante de praias quase desertas o ano inteiro – até nos dias quentes de verão.
No checklist de pontos imperdíveis, há alguns destaques no destino ao longo da Costa do Descobrimento. A praia da Coroa Vermelha, com pouquíssimas ondas, cheias de piscininhas para um banho relaxante, é imperdível. No lugar, acredita-se que foi realizada a primeira missa no Brasil.
Do alto do mirante da cidade, o visitante é tomado pela imensidão do mar e do centro histórico de Santa Cruz, tombado como Patrimônio Histórico em 1981. Entre os monumentos estão templos religiosos, casarões e construções do período colonial. Lembre-se de visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída há quase 400 anos. O espaço é um dos cartões-postais da cidade e uma das construções mais antigas do país.
Outra alternativa no distrito é a Vila de Santo André cuja enseada formada pelo encontro do mar com o Rio João de Tiba pode ser acessada somente após um trajeto de balsa. Entre as perolas do lugar está a Praia de Guaiú, com uma longa orla de areia fina e clara que contrasta com os diversos tons de verde e azul do mar.
Praticamente deserta, a faixa de areia é ótima para um mergulho relaxante, mesmo na maré alta, e o Rio Guaiú forma uma enorme piscina de água doce.
3. Ilha dos Frades
Com 8 km de extensão, a Ilha dos Frades é uma das 56 ilhas do arquipélago da Baía de Todos-os-Santos, onde a combinação de arquitetura histórica, azul do mar e vegetação abundante formam um cenário dos sonhos.
A queridinha dos soteropolitanos, ainda menos conhecida pelo fluxo turístico massivo de outros estados, é a pedida ideal para quem busca calmaria e sossego sem sair da capital baiana.
O pequeno território é um passeio ideal para um dia ou pernoite. O destino possui a forma de uma estrela de quinze pontas, com belas paisagens que incluem praias, lagos, cachoeiras, montanhas, coqueirais e Mata Atlântica bem preservada.
Além do momento “pé na areia”, a Ilha dos Frades tem pousadas e restaurantes com direito às delícias típicas da capital do dendê e, como não poderia faltar, arquitetura histórica.
4. Praia do Santo Antônio, Diogo
A rota litorânea de Salvador até Praia do Forte é famosa entre os turistas. Mas, nem todos os visitantes sabem que m pouco mais adiante, seguindo a estrada que margeia o mar – a chamada Linha Verde -, um dos vilarejos no caminho conclui com maestria a tarefa de se manter alheio à agitação do Litoral Norte da capital baiana.
No município de Mata de São João, a apenas 18km de Praia do Forte e 12km da efervescente Porto Sauípe, a atmosfera da pequena Vila do Diogo, ou “no Diogo”, como dizem os íntimos, permanece fiel à sua origem de aldeia de jesuítas criada há mais de 5 séculos atrás, assim como Trancoso. Pisar ali é como viver uma volta no tempo, com cenários que inspiram o desejo de esquecer o mundo lá fora.
O caminho que leva para a praia sobe pequenas ruas de terra, passa por quiosques de palha de artesãos e casas de pescadores, e termina em um estacionamento de areia. É até ali que os carros podem ir.
Após subir uma duna alaranjada, a cada passo o mosaico da paisagem começa a se montar, do alto de uma grande falésia, tomada por uma quantidade incontável de coqueiros. A vista no horizonte é uma praia quase deserta, com pouca estrutura, mas um mar transparente e com ondas leves, que ditam o ritmo lento de dias relaxantes.
5. Mangue Seco
Embora tenha ficado famoso no início da década de 1990 por dar vida ao cenário da novela global Tieta, baseada na história de Jorge Amado, pouca gente já pisou nesse pequeno paraíso isolado que faz jus à fama de cenário de produção cinematográfica.
Localizado ao lado da foz do Rio Real, o vilarejo de casas antigas fica entre uma praia de água doce e as ondas do mar. Na divisa da Bahia com Sergipe, a melhor forma de chegar à Mangue Seco é atravessar o Rio Leal, em embarcações que partem das vilas Pontal e Terra Caída.
Antes mesmo de chegar, a composição entre o céu azul e a fileira de coqueiros nas dunas brancas dá um presságio das belas paisagens que estão por vir. Ao descer do barco no deck de madeira, disputado entre as pequenas embarcações que levam turistas, o visitante é recebido por uma fileira de buggys, principal meio de transporte no destino.
Para conhecê-lo, há algumas alternativas de passeios, que sobem e descem “com emoção” sobre as dunas, em trajetos que duram cerca de uma hora, com paradas para cliques em pontos estratégicos. Em função da pequena infraestrutura, Mangue Seco é normalmente procurada por turistas hospedados nas capitais Salvador (241 km) e Aracaju (93 km), que querem aproveitar o passeio de um dia.
As pequenas dimensões também promovem desconexão em um ambiente em que tudo é resolvido “na base do chinelo”, ou descendo e subindo do fundo de um buggy. A praia pode ser alcançada depois de 30 minutos de caminhada da região central do vilarejo e tem mar calmo, ampla faixa de areia e diversas barracas com teto de palha, algumas com redes no lugar de cadeiras, que servem bebidas e petiscos do mar a preços em conta.